Da Agência Brasil
Brasília - Cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem com dor decabeça, segundo estimativa do Departamento de Cefaléiada Academia Brasileira de Neurologia. A ingestão excessiva de analgésicos é apontada como uma das principais causas desse mal. Na semana em que é lembrado o dia da dor de cabeça, a ABN alerta sobre o perigo da automedicaçãoe sobre a importância de um diagnóstico correto, feito porespecialistas. Dentre a população,as mulheres são as que mais sentem dor de cabeça –76%, contra 57% dos homens. A cefaléia não poupa nem osmais jovens. Aproximadamente 39% das crianças até 6anos já sabem o que é ter cefaléia, e aos15 anos, o número chega a 70%.A ingestão de analgésicosnão pode ultrapassar dois a três dias por semana e deve ser indicada por um especialista.Segundo a médica do Departamento de Cefaléia da ABNPatricia Machado Peixoto, existem dores de cabeça que ficammais fortes e freqüentes com o passar do tempo, evoluindo para enxaquecas crônicas. “Uma grande causa éo uso do analgésico, que, em excesso, piora a dor de cabeça.O ideal é tratar o distúrbio com medicamentos que atuamno cérebro, fazendo com que haja uma estabilidade química.Há uma melhora de 60% dos casos, quando o paciente realizaesse tratamento”, explica.Existem quase 300tipos de cefaléias catalogados, de acordo com informaçõesda ABN. Porém, a dor de cabeça pode disfarçara presença de outras doenças, muitas vezes, maisgraves. Por isso, a academia alerta para a necessidade de consultarespecialistas sobre o assunto. “Nas cefaléiasprimárias não existem lesões cerebrais e sim umdistúrbio químico em relação aosneurotransmissores – substâncias que circulam no cérebroe o fazem o funcionar. A dor de cabeça éuma doença neurológica e não têm sintomas.As dores secundárias, porém, são patologias em que opaciente pode ter desde um tumor, hemorragia ou traumatismo”,explica a médica do Departamento de Cefaléia da ABN. Patricia Machado Peixoto explicaainda que para obter um diagnóstico mais preciso sobre ascausas da dor de cabeça deve-se recorrer à cefaliatria,subespecialidade da neurologia.