Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mesmo que o governo federal decida incentivar o crescimento econômico do Paraguai, o que levará aquele país a aumentar o consumo de energia da Usina Hidrelética Itaipu Binacional, o Brasil não terá problemas para abastecer o mercado interno. A afirmação foi feita hoje (08), no Rio, pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.Segundo Tolmasquim, o Paraguai consome hoje apenas 5% da energia produzida por Itaipu. Um possível aumento da demanda daquele país para fazer frente ao crescimento incentivado pelo governo brasileiro, acrescentou ele, pouco significará para o volume global produzido.“Mesmo que ele [Paraguai] dobre ou triplique o seu consumo interno, isso pouco significará para o suprimento interno do Brasil. De maneira alguma isto significará risco para o Brasil, até porque é muito pequeno o consumo interno do país”.Tolmasquim afirmou não haver qualquer negociação em curso para reajustar o valor pago pelo Brasil pela energia comprada ao Paraguai. “Não existe nenhuma negociação em curso. Acabou a campanha e agora o novo governo vai tomar posse e, eventualmente, as questões entre os dois países vão se dar normalmente. Agora existe uma posição do governo brasileiro de que o tratado de Itaipu não deverá ser mexido”.O presidente da EPE admitiu, porém, que eventualmente poderá haver negociações que levem o Brasil a apoiar o Paraguai. Isso porque, assinalou ele, o Brasil é a maior economia da América Latina e, por isso, tem responsabilidades em relação aos países vizinhos.