Diretor diz que não houve ilegalidade em ação da Polícia Federal

30/04/2008 - 21h15

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, acredita que não houve ilegalidade na ação da Polícia Federal que seguia uma pessoa dentro da Câmara dos Deputados durante a Operação Santa Tereza. “A polícia, seguindo alguém, entrou numa área pública, sem invadir privacidade de gabinete. Não foi no plenário. Tinha alguém sendo investigado e entrou em outros tantos lugares públicos quanto aquela parte da Câmara dos Deputados”, disse Corrêa. De acordo com ele, nenhum parlamentar foi fotografado ou filmado e também não há imagens feitas em gabinetes ou áreas privativas. A Polícia Federal tem imagens feitas dentro da Câmara que mostram o lobista João Pedro de Moura no momento em que ele deixou o gabinete do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Moura foi um dos dez presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Santa Tereza, que desmantelou uma organização criminosa envolvida com tráfico e prostituição de mulheres e fraudes em operações de empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).De acordo com ele, uma investigação da Polícia Federal, dentro do Congresso, dependeria de autorização prévia. “A Polícia Federal só investiga parlamentar com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF)”, afirmou.Apesar de o ministro da Justiça, Tarso Genro, ter dito novamente hoje (30) à imprensa que a Polícia Federal não investigou a participação de parlamentares no esquema de fraudes ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), o delegado Rodrigo Levin, responsável pelas investigações da Operação Santa Tereza, afirmou haver indícios da participação de parlamentares no esquema. “Estamos analisando que têm indícios e motivos para a instauração desses inquéritos”, afirmou Levin, sem citar nomes de políticos. “Se o assessor está utilizando nomes de autoridades indevidamente, fazendo tráfico de influência, [a PF vai investigar] até que medida se restringe a ele e não atinge o deputado.”“Finalizada a investigação, se a gente levantar que existe parlamentar envolvido, a gente instaura outra investigação, respeitando a prerrogativa de foro privilegiado”, afirmou Levin, acrescentando que a operação não investigou, até o momento, a participação de parlamentares.O diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, e o ministro da Justiça Tarso Genro, participaram hoje (30) da cerimônia de posse do novo superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra, que vai substituir Jaber Saadi.