Casos de dengue em Sergipe cresceram 85% em abril e chegam a 9 mil

30/04/2008 - 16h58

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O númerode casos de dengue no estado de Sergipe cresceu 85% em abril, e oestado já registra 9 mil notificações este ano.Até março, a Secretaria Estadual de Saúde havia registrado 1.221. A situação no estado éde epidemia, com cerca de 500 casos para cada 100 mil habitantes. Atémarço, o número de casos já era 600% maior que oregistrado no mesmo período do ano passado.

A crisede dengue no Nordeste, que teve seis das nove capitais da regiãoapontadas como locais de alerta, está sendo discutida hoje (30) entreautoridades estaduais e o ministro da Saúde, José GomesTemporão, que participa do Fórum de Governadores doNordeste, em Maceió.

“EmSergipe tivemos um acréscimo significativo [de casos] desde o mêsde março – vínhamos identificando o aumento desdefevereiro e, por conta disso, estamos reforçando açõespara combate ao mosquito [Aedes aegypti, transmissor da doença]”, afirmou a secretária adjunta deSaúde do estado, Mônica Sampaio.

Pressionadopelo aumento de registro de casos, o estado criou mais 171 leitos dehidratação na rede pública de hospitais e estáoferecendo uma gratificação extra aos agentescomunitários de saúde que atuam no combate ao Aedesaegypti

Emparceria com o governo federal, a Secretaria Estadual de Saúde pretende implantar um“ecoponto” para descarte de pneus usados – que acumulam águaparada e servem de criadouro para o mosquito.

Na opinião da secretária adjunta, a estabilizaçãodos casos e o fim da epidemia de dengue em Sergipe dependem da colaboração da sociedade. “Éimportante a participação da população, já que80% dos criadouros são domiciliares, estão dentro dascasas. O mosquito se urbanizou. Nós somos um estado endêmicoe, para a gente controlar essa epidemia, é preciso mudarcomportamentos”, aponta.

Alémde demandas imediatas para controlar a dengue na região, abaixa disponibilidade de médicos para o sistema públicode saúde da Região Nordeste também estána pauta das discussões com o ministro José Gomes Temporão, disse Mônica Sampaio. “Temosdificuldade de recrutamento de médicos, faltam políticasde fixação, de interiorização dessesprofissionais."