Estudo revela que faltam médicos no país

15/04/2008 - 16h44

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Faltam médicos no país. A conclusãoé de um estudo divulgado hoje (15) pela FundaçãoGetulio Vargas (FGV). Pelos dados da pesquisa, referentes a 2005, naquele ano havia um médico para 595habitantes no país.Responsávelpelo levantamento, o economista Marcelo Neri, no entanto, acha que o número não está tãodistante do que se considera ideal (cerca de 300 habitantes pormédico), pelo menos na comparação com outros países. Para ele, o problema mais grave é que essesprofissionais estão mal distribuídos pelo país.Asituação mais grave é observada no Rio deJaneiro, que tem o município com menor número dehabitantes por médico (Niterói, com 93,55 habitantespor médico) e o que ocupa a base do ranking (BelfordRoxo, com 6.878,54 habitantes por médico), entre as cidadescom mais de 250 mil habitantes.O indicador de Niteróié melhor até que o de Cuba, que lidera o rankingmundial, com 169 habitantes por médico, destacou Neri. ANigéria, com 50.000 habitantes por médico, ocupa a piorcolocação entre os países. "Todosos indicadores da pesquisa revelam que o Brasil tem uma quantidade demédicos aquém do que seria recomendado. Essa categoriaprofissional é a que apresenta a maior taxa de ocupação,de 90%, a maior média salarial, que é de R$ 6.270, e amaior jornada de trabalho, com 50 horas semanais”, disse oeconomista. Ele citou países como a Itália e aFrança, que têm 300 habitantes por médico, eafirmou que o Brasil não está muito longe desse ideal.“O principal problema é a locação espacial –há muitos médicos onde a necessidade é menor efaltam médicos em áreas mais pobres, rurais edistantes", explicou.Entre os estados brasileiros, olíder é o Distrito Federal, com 292 habitantes pormédico, seguido pelo Rio de Janeiro (299 por um) e SãoPaulo (448 por um). No outro extremo, aparecem o Maranhão, napior colocação, com 1.786 habitantes por médico;o Pará, com 1.351, e o Piauí, com 1.282 habitantes pormédico. Como medidas para ajudar a minimizar essasdisparidades, Neri defende iniciativas dos governos para garantirmelhor distribuição espacial, ainda que seja emmomentos de emergência. "Iniciativas como a criaçãoda Força Nacional de Saúde são bem-vindas, pararealocar médicos, como no caso da epidemia de dengue no Rio”,disse o economista. Segundo ele, outra boa medida é incentivarmédicos egressos de universidades federais para que trabalhemdurante algum tempo em áreas remotas, onde são maisnecessários.