Populações indígenas e ribeirinhas têm atendimento itinerante na Amazônia

05/04/2008 - 15h09

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Comunidades ribeirinhas e indígenas que vivem no interior doAmazonas, sobretudo às margens do Rio Solimões, poderão contar, até o dia 18, com uma oportunidade a mais no sentido deemitir seus documentos pessoais, como Carteira de Identidade, CPF, Certidão de Nascimento eainda participar de atividades socioeducativas, incluindo palestraspara jovens e adultos e brincadeiras para as crianças. As atividadescompõem o conjunto de ações previstas pelo Centro de Referência deAssistência Social (Cras) que, desde maio de 2007, promove na região oatendimento itinerante dessas populações, por meio do deslocamentofluvial de uma equipe multiprofissional que conta com assistentessociais e psicólogos.O Cras é uma iniciativa do Ministério de Desenvolvimento Social(MDS), realizada em todo o país com o apoio das prefeituras municipais, que visa a proporcionar às populações de menor poder aquisitivo e emsituações de risco social - com maior probabilidade de envolvimento emsituações de violência, drogas, etc - alternativas de acesso aosbenefícios públicos sociais. No Amazonas, para reforçar esse serviço, oministro Patrus Ananias inaugurou na última semana mais uma unidadeitinerante do Cras. De acordo com Rejane Medeiros, secretária adjunta de AssistênciaSocial do município de Coari (de onde saem os barcos), localizado a350 quilômetros de Manaus, somente um barco nãoatendia às demandas existentes. Ela explica que as atuais 198 famíliascadastradas pela equipe devem receber, além do primeiro atendimento, odevido acompanhamento do ponto de vista social e por isso a inauguraçãode uma segunda unidade é tão significativa do ponto de vista social.Segundo Rejane, o tempo de retorno aos ribeirinhos será reduzido pelametade. "Os dois barcos sairão no mesmo dia de Coari com destinosdiferentes. Depois de 15 dias, eles retornarão para fazer um novoplanejamento de viagem e atendimentos. O retorno às comunidades, queantes era de seis meses, deverá ser reduzido agora para no máximo 90dias", destacou.No Amazonas, ainda segundo Rejane, o Cras tem uma peculiaridade quediz respeito às condições geográficas. Ao contrário de outros lugaresdo país, onde as unidades do Cras estão em unidades fixas, a baseamazonense tem como sede um barco, o que garante maior abrangência àscomunidades amazônicas, mesmo as mais distantes dos centros urbanos.Desde que foi criado, o Cras já conseguiu promover o atendimento demais de 27 mil pessoas no Amazonas."Os atendimentos são realizados mensalmente, ao longo de 15 dias,de forma itinerante, já que as bases do sistema estão instaladas em umbarco, o que atende às particularidades geográficas da região,garantindo assistência social às milhares de famílias que vivem nasáreas mais afastadas dos principais centros urbanos", acrescentouRejane.A primeira viagem incluindo a atuação dos Cras 1 e do Cras 2 noAmazonas teve início no dia 2 deste mês. O destino são 20 comunidadesnos rios Piorini e Codajás Mirim e outras 26 comunidades no lago deCoari, respectivamente.