Cortes no orçamento da Saúde preocupam ministro

02/04/2008 - 21h25

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a epidemia dedengue no Rio de Janeiro, faltam médicos especializados paratratar as vítimas da doença. Segundo o ministro daSaúde, José Gomes Temporão, estão sendoabertos novos leitos, mas ainda não há profissionaispara operar todos eles. “Ontemnós abrimos 90 leitos no Hospital Anchieta, mas sótemos profissionais de saúde para operar 30”, afirmou. Ao participar da primeira reunião de 2008 da Central Internacional de Compra de Medicamentos (Unitaid), no Palácio Itamaraty, o ministro ressaltou: “É importanteque as pessoas saibam que, além do acúmulo muito grandedos casos de dengue que estão sendo atendidos na rede, aspessoas continuam enfartando, continuam sendo baleadas, continuamtendo acidentes de carro, continuam adoecendo. Nós temos queatender todos.”Por isso, o Ministérioda Saúde está convocando mais médicos, inclusiveaposentadose de outros estados, para apoiar no combate à dengue. Emrelação aos recursosde R$ 3 milhões anunciados ontem no DiárioOficial da União (DOU), Temporão disse queserão liberados para custear gastos adicionais commedicamentos, equipamentos e contratação deprofissionais.Apesar de dizer que ogoverno federal dará apoio para combater a epidemia dedengue na capital fluminense, o ministro da Saúde se dissepreocupado com os cortes em alguns programas. As ações de Vigilância, Prevençãoe Controle da Dengue, por exemplo, segundo o Instituto de EstudosSocioeconômicos (Inesc), tiveram corte de R$ 4,65 milhões,correspondente a 24,9% do valor total previsto e maior que o liberadoontem.“Estou preocupadoporque esse foi um corte realizado pelo Congresso Nacional e queatingiu vários outros programas do Ministério da Saúde.Só para se ter idéia, o orçamento veio comcortes de quase R$ 300 milhões em vacinas. É evidenteque não vamos parar de vacinar as pessoas. Vamos vacinar dequalquer maneira, mas vamos ter que fazer, possivelmente, umarecomposição do orçamento do ministériopara que, lá na frente, não tenhamos nenhum problemaespecífico”, acrescentou.Temporãoinformou que já está conversando com oMinistério do Planejamento para definir essa estratégiade recomposição dos recursos que foram cortados.