Débora Xavier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Enquanto a epidemia de dengue se alastra na região metropolitana do Rio de Janeiro e em outras regiões do estado – Campos, ao norte, e Angra dos Reis, no litoral sul, já apresentam significativo número de casos – estados circunvizinhos mantêm a doença sob controle. Neste ano, a dengue já matou 54 pessoas no estado do Rio, mas não houve vítimas em São Paulo. No Rio, foram notificados 45.523 casos e, em São Paulo, 919. No Espírito Santo, nos três primeiros meses de 2008, houve 3.840 notificações, e três casos de morte por dengue hemorrágica estão sendo investigados, aguardando confirmação laboratorial. Em Minas Gerais, das duas pessoas que morreram de dengue, uma contraiu a doença no Rio de Janeiro. O número de notificações entre os mineiros, embora inferior ao dos casos registrados no Rio, é superior ao total apresentado entre os capixabas. Foram 7.302 notificações da doença em Minas.O bom resultado de São Paulo no controle da dengue é atribuído a intensas campanhas de esclarecimento da população. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no ano passado, o governo investiu na compra de equipamentos para dedetização e veículos do tipo fumacê e na contratação de pessoal para capacitar agentes de vigilância sanitária dos municípios. Além disso, foram realizadas três campanhas Dia D. Nos três dias, distribuídos ao longo do ano, toda a população do estado foi mobilizada para detectar possíveis focos de doença, exterminar larvas e destruir criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. E as campanhas de orientação à população estiveram sempre presentes nos meios de comunicação do estado, para evitar que se repetisse o elevado número de casos ocorridos de janeiro a março do ano passado (44.760) no estado, informou a assessoria de imprensa. De acordo com a assessoria de imprensa, devido à epidemia no Rio, que, nos dois últimos dias, recebeu aporte de R$ 10 milhões para conter o avanço da doença, os cuidados com o controle têm-se intensificado em São Paulo, principalmente na região limítrofe. Em Ubatuba, no litoral norte, que faz divisa com o município fluminense de Parati, a vigilância é permanente. A prefeitura montou barreiras nas três entradas da cidade para orientar os turistas e, assim, não foi registrado nenhum caso até agora. A assessoria de imprensa ressaltou também a importância da participação popular, lembrando que a prevenção da doença depende de cuidados constantes: todo dia, toda hora e em todo lugar. No Espírito Santo, uma das principais ações de controle da doença, além do combate ao Aedes aegypti, foi a capacitação de médicos para diagnóstico precoce. Cerca de 140 pediatras da rede estadual de saúde foram capacitados em 2007 e, neste ano, 150 já participaram da capitação. A Secretaria Estadual de Saúde realizou também várias reuniões técnicas para assessorar as ações municipais no combate à dengue, além de seminários e fóruns. Os municípios com maior incidência de casos em 2007 – Mantenópolis, Pancas, Cachoeiro do Itapemirim, Guarapari e Ecoporanga – receberam veículos fumacê. Em Minas Gerais, o Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue inclui o acompanhamento periódico e sistemático dos sistemas de informação de notificação de casos, monitoramento da circulação viral através da implantação de unidades sentinela nos municípios das diversas regiões do estado para coleta de material para isolamento viral , além de acompanhamento e avaliação das atividades de pesquisa larvária nos municípios. A Secretaria de Saúde ofereceu também treinamento no combate à dengue aos médicos do estado, com participação do médico cubano Eric Martinez, produziu material educativo e realizou reuniões para discutir questões referentes ao controle de dengue em órgãos municipais e regionais de saúde.