Internacionalização não significa fuga de capitais, esclarece assessor do BNDES

09/03/2008 - 18h39

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Ainternacionalização de empresas não significafuga de capitais, exportação de poupança nemgeração de empregos no exterior, segundo esclareceu oassessor da Presidência do Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES), Carlos Gastaldoni.

“O financiamento para investimentosno exterior é feito com recursos que não são doFundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Isso é regra do banco”,enfatizou. Segundo ele, o processo de internacionalizaçãoobjetiva, ao contrário, promover as exportaçõesbrasileiras, fortalecer as companhias nacionais e gerar emprego erenda no Brasil.

Gastaldoni destacou que muitasoperações normais de financiamento feitas pelo bancovisando a expansão de empresas incluem também açõesno exterior. “As operações que eu faço deinvestimento ou de exportação estão, de algumaforma, associadas também à internacionalizaçãodas empresas”. Um exemplo é o apoio concedido pelo banco àsempresas brasileiras de engenharia que efetuam obras em outrospaíses.

A tendência, segundo afirmou, éde crescimento dos processos de internacionalização.“Com certeza. Nós não temos dúvida. O bancocontinua dando importância à estratégia deinternacionalização. Só que o maior esforçodo banco para o atingimento dessa estratégia está naslinhas de financiamento à exportação, de aportede capital em grandes empresas e de investimento em modernizaçãoe capacitação”.

O assessor informou que das quatroprimeiras empresas apoiadas com foco específico na expansãoou início de atividades no exterior, a primeira que jáatingiu o estágio de companhia multinacional é aFriboi(do setor de alimentos). Outras empresas, que já possuemo “status” de multinacionais, como a Vale, a Aracruz Celulose e aGerdau, também recebem apoio do BNDES.

“O banco está apoiando essasempresas para a internacionalização. Só que estáapoiando com recursos de mercado de capitais, com apoio àsexportações e com investimento para aumento dacapacidade”.

Gastaldoni disse que todas as grandesempresas de metalurgia, mineração e siderurgiainstaladas no país, além de montadoras de automóveis,estão cada vez mais crescendo e comprando empresas noexterior. “O banco vem apoiando esse movimento, considera issoestratégico”.

Ele destacou, porém, que osrecursos com essa finalidade não vêm da linha deinternacionalização, mas sim do mercado de capitais, doapoio a investimento e exportação. “Essa linha écomplementar”.