Polícia Militar retira manifestantes do prédio da Aneel

10/12/2007 - 9h07

Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Militar retirou os integrantes doMovimento de Atingidos por Barragens (MAB) e da Via Campesina que ocupavamdesde 6h de hoje (10) o prédio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).Os manifestantes pedem asuspensão do leilão da primeira hidrelétrica do Rio Madeira, previsto para as 10h de hoje. Eles também se dizem solidários ao bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, em greve de fome contra a transposição do Rio São Francisco.De acordo com aorganização da manifestação, participamdo ato cerca de 300 pessoas. A Polícia Militar informou que aocupação foi feita por 60 pessoas.De acordo comLeonardo Maggi, militante do MAB, “barragem é uma fábricade sem-terra”.“Temos cerca de 2mil barragens que já expulsaram 1 milhão de pessoas dassuas terras”. Maggi disse que os manifestantes “nãoarredam pé” do local enquanto não conseguirem falarcom o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.“Não hágarantia nenhuma de que as condicionantes [exigências para a  construção] serão cumpridas. Nasbarragens construídas no Brasil, nenhumacondicionante foi cumprida. Não sejamos ingênuos deacrditar que essas serão”, disse o militante do MAB. Ele afirmou que cerca de 20 mil pessoasficarão desabrigadas com a construção. O diretor-geral da Agência Nacionalde Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, argumentou que a decisãode aproveitar opotencial hidráulico do Rio Madeira foi tomada por umgoverno democraticamente eleito. "Não é razoávelque um pequeno grupo procure obstar decisões tomadasdemocraticamente", disse.Em julho, o Ibama concedeu a licençaprévia para construção das barragens de SantoAntônio e Jirau, no Rio Madeira com 33 condicionantes das hidrelétricas. Os requisitos vão desde oacompanhamento da reprodução de peixes até aapresentação de medidas de redução deimpactos às famílias que serão atingidas pelasmudanças no rio após a construção dasusinas.