Raphael Ferreira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O cabo José Augusto Moreira, do batalhão da Polícia Militar de Queimados (RJ), declarou inocência na Chacina da Baixada Fluminense, que deixou 29 mortos em abril de 2005 nos municípios de Nova Iguaçu e Queimados. Ele depôs hoje (10) por cerca de três horas no primeiro dia de julgamento no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.Moreira negou ter participado da chacina porque estaria em casa no dia do crime, sob licença médica por ter levado um tiro durante o expediente. O julgamento deve continuar amanhã (11), com os depoimentos das testemunhas de defesa e de acusação.A juíza Elisabeth Machado Louro, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, iniciou o julgamento com a leitura do relatório do caso. Ainda hoje (10), o Ministério Público exibirá no tribunal um documentário sobre a chacina, cujas vítimas não tinham antecedentes criminais.O soldado Fabiano Gonçalves Costa deporia hoje, mas seus advogados recorreram da decisão e uma nova data para seu julgamento está sendo marcada.Além de José Augusto Moreira e Fabiano Gonçalves Costa, três policiais são acusados de participar da maior chacina ocorrida no estado do Rio. Primeiro a ser julgado, o soldado Carlos Jorge de Carvalho foi condenado em 2006 a 543 anos de prisão. Os outros dois policiais, Marcus Siqueira Costa e Júlio César Amaral de Paula, recorrem das acusações na Justiça, portanto não há previsão para quando serão julgados.Em 2005, o Ministério Público denunciou 11 policiais militares pelos assassinatos. Os PMs foram presos, mas, no ano passado, a juíza Elisabeth Machado Louro aceitou parcialmente a denúncia, determinando que cinco deles iriam a júri popular e outros dois seriam acusados apenas por formação de quadrilha. Os demais foram soltos por falta de provas.