Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A rearticulação doParlamento Amazônico (Parlamaz) é uma das metas do grupo de liderançaspolíticas sul-americanas que se reuniram em Brasília no início deste mês com representantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônia (Otca), organizações indígenas, embaixadores dos países amazônicos e parlamentares brasileiros.O Parlamaz foi criado para discutir questões deinteresse da Amazônia, mas perdeu força nos últimosseis anos. O senador João Pedro (PT-AM) manteve contatos com a delegação e afirmou que pretende mobilizar seus pares sobre aimportância da restauração de uma pautacontinental comum em defesa da região. “Recebemos[senadores] na semana passada uma comissão de políticosde países da região que vieram nos convidar para nosreunirmos em março do ano que vem na Venezuela para a retomadado Parlamaz. Vou me empenhar muito no Congresso Nacional para quehaja a nossa participação”. O senador ressaltoua importância da integração internacional parafortalecer os interesses da região amazônica. JoãoPedro destacou a possibilidade de uso sustentável dosrecursos naturais da área e enfatizou a importânciahistórica da população que a habita . “Precisamos deuma relação mais firme e mais rica com esses países[sul-americanos]. Não só entre os congressos nacionais,mas também com a sociedade. A Amazônia continua na pautainternacional de debate no que diz respeito a suas potencialidadescomo fonte de energia, à floresta e à riqueza mineral, mas também temque se dar atenção à história de seus povos”. João Pedroconsiderou satisfatória a reação inicial deparlamentares brasileiros em favor da possível reintegração doParlamento Amazônico. “Senadores e deputados federais ficaramentusiasmados com a possibilidade da retomada. É muitoimportante nós reorganizarmos esse bloco. Afinal de contas,ele propicia a integração econômica, políticae cultural dos países”. O Parlamaz foifundado em 1988 e teve pleno funcionamento até 2001. Desdeentão, segundo o senador João Pedro, “questõespolíticas” fizeram com que a interação entreos países diminuísse. O grupo era originalmentecomposto por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana,Peru, Suriname e Venezuela.Atualmente, quatro países, entre eles o Brasil, não têm representantes noparlamento, que é chefiado provisoriamente pela deputadaboliviana Ana Lúcia Reis. Está prevista para marçodo ano que vem, em Caracas, na Venezuela, uma assembléia paradefinir os rumos da organização.