Angra 3 deve entrar em funcionamento em sete anos, diz presidente da Eletronuclear

26/10/2007 - 20h14

Flávia Martin
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A terceira usinanuclear de Angra dos Reis (RJ) deve entrar em operaçãoem maio de 2014, anunciou o presidente em exercício daEletronuclear, empresa que opera as duas usinas de Angra, LuisHiroshi Sakamoto.A viabilidade ambiental da usina Angra 3ainda se encontra em análise no Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e noInstituto Chico Mendes de Conservação daBiodiversidade. Foram realizadas três audiências públicassobre o projeto, e a quarta está marcada para 26 de novembro.Sakamoto participouhoje (26) de uma audiência pública na AssembléiaLegislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para discutir o orçamentoe o cronograma da construção da usina. A audiênciafoi convocada pelo deputado estadual Rodrigo Neves (PT), presidenteda Comissão Especial da Alerj, que acompanha os projetos doPrograma de Aceleração do Crescimento (PAC) noestado.Segundo o parlamentar, o projeto vai gerar cerca de 10 mil postos de trabalho diretose indiretos na região. Ele também disse que esse seráo segundo maior investimento do PAC no Rio."O projetoterá impacto na geração de emprego, na dominaçãoe desenvolvimento da tecnologia nuclear, além de ter um papeldecisivo na ampliação da matriz energéticabrasileira", afirmou.O engenheiro Ricardo Baitelo,coordenador da Campanha de Energia do Greenpeace, organizaçãonão-governamental internacional que milita pelas causasambientais, disse que a entidade é contra a instalaçãoda usina em Angra dos Reis.De acordo com Baitelo, a energianuclear não é a melhor solução para aquestão energética brasileira: "Essa energia nãoé limpa, em primeiro lugar por conta do lixo tóxico,que só se acumula. Há o problema do lugar de destinodesse lixo, processo que custa muito dinheiro, enquanto o lixocontinua radioativo. Outra questão são as emissões.Apesar de a energia nuclear não emitir carbono ao serproduzida, há muita emissão de carbono durante aconstrução da usina", afirmou o engenheiro.Desde2001, com Angra 1 e 2 em operação, a Central NuclearAlmirante Álvaro Alberto (CNAAA), nome do complexo onde ficamas duas instalações existentes, responde pela geraçãoda metade da energia que é consumida no estado."Como funcionamento de Angra 3, podemos dizer que o Rio de Janeiro vaiter sua geração [de energia] equilibrada com oseu consumo", disse Sakamoto, da Eletronuclear.