Chinaglia diz que mantém votações mesmo com boicote da oposição

09/03/2007 - 15h39

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados,Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse hoje (9) que vai continuar com as votaçõesnormalmente, apesar de a oposição ter anunciado boicote às votaçõesno plenário, enquanto não for instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) do Apagão Aéreo. Na terça-feira (13), deve ser votada a proposta de emenda àConstituição que acaba com o voto aberto nas decisões da Casa."Respeito tudo aquilo que o regimento permite eautoriza, e cumprirei o meu papel da mesma forma", afirmou Chinaglia. Atéo fim do mês, a Câmara deve votar diversos projetosrelacionados aos direitos das mulheres.Quanto à representação apresentada pelo deputadoChico Alencar (P-SOL-RJ) ontem (8) no Conselho de Ética, Chinaglia disse quecabe ao próprio conselho analisar. Alencar entrou com trêsrepresentações propondo a cassação do mandato dos deputados Valdemar Costa Neto(PR-SP), Paulo Rocha (PT-PA) e João Magalhães (PMDB-MG). Costa Neto e Rocha são acusados de terem sido beneficiado com recursos dasempresas do publicitário Marcos Valério, no chamado esquema domensalão. Magalhães foi apontado como suspeito de envolvimento com a compra deambulâncias superfaturadas com recursos de emendas parlamentares. "Nãorecebi nada até agora, mas não creio que o clima da legislação passada,que teve altíssimas temperaturas, vá se repetir", ressaltou o presidente da Câmara.Nesta manhã, Chinaglia recebeu o senador chilenoJorge Pizarro, presidente do Parlamento Latino-Americano. Pizarro mostrou-se preocupado com a decisão do governo de São Paulo de nãoaceitar mais a sede do parlamento. Ele disse que o governador JoséSerra alega falta de recursos e que a sede do parlamento ficará nacapital paulista até dezembro deste ano. "Do ponto de vista político,manifestamos a vontade de que a sede continue em São Paulo. É isso queteremos de trabalhar com o parlamento brasileiro, com o governo Lula ecom o chanceler Celso Amorim. O Brasil é um país que tem muitainfluência na região", disse o senador chileno. A deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), queparticipou do encontro, disse que a idéia é discutir o assunto tambémcom o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo Vanessa, o presidente Lula tem conhecimento doassunto. "A presidente Michelle Bachelet [do Chile], em encontrorecente, comunicou o fato ao presidente. Já está havendo umamobilização, inclusive com os ministérios das Relações Exteriores dosdois países. O nosso objetivo é enfrentar essa crise e fazer que, dacrise, o Parlatino saia mais fortalecido", disse a deputada.