Chinaglia não acredita que divisão de aliados favoreça candidato de oposição

04/01/2007 - 22h14

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo e candidato à presidência da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse hoje que não vê clima para o surgimento de uma terceira candidatura à vaga. "Eu não vejo aqui clima nem de aventura, nem de desforra e nem de vingança. Eu acho que tanto a base aliada como a oposição estão se orientando pela proporcionalidade partidária", disse Chinaglia, que disputa votos com o atual presidente da Casa e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PCdoB-SP)."Qualquer candidatura tem que ter força, ter votos. Por todos os contatos que tenho tido com líderes e parlamentares, o clima na Casa não favorece uma candidatura alternativa, que colocasse em risco a estabilidade da Casa, ou a própria instituição. O momento político é outro", disse ao se referir ao episódio da eleição do ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Em 2005, quando a base aliada lançou dois candidatos à Presidência da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e Virgílio Guimarães (PT-MG), Severino acabou eleito.Em relação às prévias, propostas por Chinaglia para escolher um entre os dois candidatos da base, o líder afirmou que elas foram uma maneira de ele se proteger de “tantas perguntas”. “Eu respeito a posição do Aldo [que se manifestou contra a solução] e continuo aberto ao diálogo, da mesma maneira que continuo fazendo intensa campanha para a eleição”.Arlindo Chinaglia disse que está trabalhando para vencer a eleição e que se sente preparado para disputar o cargo no Plenário da Câmara, em primeiro de fevereiro. Ele disse que não sabe se a base aliada vai chegar na disputa com candidatura única. "Eu e o Aldo [Rebelo] temos conversado permanentemente. Por enquanto, temos duas candidaturas fortes. É possível chegar assim até o final. Admito disputa em Plenário, acordo, arbítrio. Sou uma pessoa de paz, mas acho que tenho o dever de fortalecer minha candidatura", disse e completou; "Não se trata de recuos, mas de responsabilidade política que ambos temos"."O que pode acontecer é que em um dado momento possamos(ele e Aldo) fazer uma valiação conjunta e tomarmos alguma dicisão", informou o líder do governo para em seguida afirmar que "isso tudo é hipotético. Eu não posso vacilar um segundo em busca de apoio para a minha campanha". Chinaglia disse que reconhece no seu concorrente (Aldo Rebelo) a capacidade de presidir a Câmara, assim como Aldo reconhece nele essa capacidade. "Não há como nenhum de nós estabelecer um prazo para o outro definir".O líder Chinaglia, que ontem se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que saiu da reunião com a mesma tranquilidade de antes. "Eu procurei apenas informar o presidnete do que é o meu ponto de vista e a minha avaliação da disputa da presidência da Câmara".Chinaglia também informou que não foi convidado pelo presidente para ser ministro e desistir da candidatura. "Não fui convidado para ser ministro. Nos dias atuais, seja para o Aldo seja para mim, dizer que gostaria de ocupar um ministério é passar o recibo que está derrotado. Gostaria muito é de ser presidente da Câmara", afirmou.