Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Um governo centrado na ética é o que José Serra prometeupara os próximos quatro anos à frente do Palácio dos Bandeirantes. Serra tomouposse como governador de São Paulo por volta das 15h30 de hoje no Palácio 9 deJulho, sede da assembléia Legislativa do estado.“Ser eficiente e ético no trato da coisa pública é umimperativo dos democratas”, destacou Serra em seu discurso de posse. Segundoele, o Brasil vive um período de crise de valores e, por causa do descompassoentre o discurso e a prática dos governantes, a população acaba sofrendo com afalta de emprego e baixo crescimento da economia.“A crise moral que prospera numa economia onde faltamempregos e sobra a estagnação; crise política que se alimenta da teimosaincoerência entre os discursos e as ações na vida pública”O governador assumiu o compromisso de que não irá lotearcargos. “Não fizemos loteamento no primeiro escalão, não estamos fazendo nemfaremos loteamento no segundo escalão“, destacou. Para ele, ações desse gêneroestimulam a corrupção.Serra defendeu ainda que em um governo democrático deve-sebuscar políticas que promovam o desenvolvimento sustentável do país, para queassim possa ocorrer a distribuição de renda e o combate à pobreza. Dirigindo-seaos parlamentares da casa, ele afirmou que pretende propor uma ação pela ética“sem cooptação nem barganhas fisiológicas”, com uma situação responsável e umaoposição sadia e vigilante.“Assumo o governo do estado consciente da responsabilidadede São Paulo para com o Brasil. Jamais seremos indiferentes às questõesnacionais. Temos um quarto da população brasileira, um terço do PIB (economiado país) e mais de 40% da indústria. Aqui se recolhe até metade dos principaistributos federais. Para que o Brasil vá bem é preciso que São Paulo vá bem e, paraque São Paulo vá bem, é preciso que o Brasil vá bem”.Serra citou várias das cobranças que a população faz àclasse política, dentre elas a segurança, “que passa pelo enfrentamento docrime organizado”, a saúde e a educação “que também exigem prioridadeabsoluta”.Ele também afirmou que oportunidades na cultura, defesaefetiva do meio-ambeinte. No lugar de apenas artigos, moções e discursos, sãodesejos da população. “(A população) exige a coordenação dos grandesinvestimentos em infra-estrutura para abrir oportunidades ao investimento privadoe a geração de empregos”.Depois de assinar o livro de posse no plenário Juscelino Kubitscheckda Assembléia Legislativa, Serra passou em revista a tropa e seguiu, junto como vice Alberto Goldman, para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista,para a cerimônia de transmissão de cargo.