Para Mercadante, país precisa reduzir custeio e impedir aumento de gastos correntes

01/01/2007 - 18h34

Iolando Lourenço e Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Aloísio Mercadante (PT-SP) defendeu a adoção de medidas econômicas no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o país tenha um crescimento maior. "O grande desafio do segundo governo é reduzir custeio, impedir que os gastos correntes cresçam e não deixar que o investimento seja uma variável de reajuste como vem acontecendo nas últimas décadas", disse.Segundo o ex-líder do governo no Senado, o governo tem tudo para consolidar as políticas sociais, como Bolsa Família e o Programa Universidade para Todos (Prouni) e manter a inflação sob controle e continuar recuperando o salário mínimo. Mas Mercandante acredita que é preciso, especialmente, enfrentar a questão fiscal, aumentar a eficiência das políticas públicas para aumentar a capacidade de investimento na economia."O Brasil arrecada 38% de PIB (Produto Interno Bruto) em impostos, a União só investe 0,6% do PIB e se a gente incluir estados e municípios - 1,6%.Ou seja, o estado retira 38% da produção do país com impostos e como investimemento devolve apenas 1,6%. Dessa forma, nunca cresceremos 5% ao ano", afirmou. Para o senador, o governo deve mais ousado no novo mandato. "O governo tem que ter coragem de assumir que não basta continuar o que fez. O que foi feito, principalmente nas políticas sociais e inclusão social, permitiram a reeleição do presidente Lula, mas para crescer 5% depois de 25 anos de um crescimento medíocre que o Brasil vem apresentando é preciso enfrentar a questão fiscal".Segundo ele, há abertura para o diálogo com a oposição. "Nós vamos retomar o ambiente que nós tínhamos no início do governo que era muito mais favorável a aprovação de matérias importantes ao país", disse. "Temos que ser muito mais exigentes na relação entre a ética e a política tanto o PT como o governo", completou.