No Congresso, índios criticam Funai, que contesta

23/11/2006 - 19h52

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os índios representantes de 20 etnias distribuídas em seis estados que estiveram hoje no Congresso Nacional criticaram a política indigenista do governo federal. "Foram repassados R$ 10,1 milhões para a Funai (Fundação Nacional do Índio). Estes recursos estão indo embora e os projetos de agricultura, pesca e sustentabilidade não são implementados", afirmou. Ele acrescentou que tais projetos não teriam sido discutidos com a comunidade.As declarações de Hapyhi foram desmentidas pelo gerente executivo do Programa de Compensação Ambiental (Procambix), o índio Paulo Xerente. De acordo com ele, toda comunidade participou em 2001 da elaboração dos projetos que seriam implementados num período de 8 anos, tempo para o repasse dos recursos aos Xerentes.Paulo Xerente afirmou que toda área – 186 mil há – das aldeias desta etnia foram informatizadas e passaram por um zoneamento ambiental. "Nenhuma roça, hoje, é feita em matas ciliares", declarou. O gerente do programa, que envolve 13 projetos, acrescentou que os Xerentes investem hoje na auto-sustentabilidade com a diversificação de culturas.Segundo ele, cada família tem direito a três tarefas de terra onde cultivam arroz, mandioca, milho, feijão e abóbora. Paulo Xerente disse que dos R$ 10 milhões já foram repassados cerca de R$ 6 milhões aos indígenas.A assessoria de imprensa da Funai explicou que o Procambix foi resultado de um convênio assinado entre a empresa Investco, responsável pela construção da usina e a fundação. O comitê gestor do programa é composto, ainda, por representantes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Ministério Público Federal, Sebrae, índios Xerentes e da Naturatins (órgão ambiental do governo do Tocantins).