Dieese registra 193 greves no primeiro semestre de 2006

23/11/2006 - 17h08

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - De janeiro a junho deste ano foram feitas 193 greves em todoo Brasil, segundo balanço divulgado hoje (23) pelo Departamento Intersindicalde Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese). As paralisações provocaram ainterrupção da produção brasileira em 15 mil horas.De acordo com o levantamento, a maioria das greves ocorreuno setor público, responsável por 113 greves (59% do total), com 87% do totalde horas paradas. No setor privado, ocorreram 79 paralisações (41% do total),correspondendo a 13% do total de horas paradas. A maioria das greves no setorpúblico foi protagonizada por funcionários públicos estaduais (24%), seguidapor municipais (17%) e federais (12%). Outros 5% correspondem a trabalhadoresde empresas estatais.No setor privado, os empregados do setor de serviçoslideraram as greves (43 paralisações), seguidos pelos trabalhadores daindústria (35). O levantamento não constatou nenhuma greve no setor do comércioe apenas uma dos trabalhadores rurais.As greves do primeiro semestre deste ano repetiram a tendênciaregistrada desde 2004, com maioria dos movimentos grevistas lutando por avançosnas condições de trabalho e de remuneração (72%). Em 48% das manifestações amotivação foi a defesa dos direitos trabalhistas já negociados anteriormente.Motivações de protesto foram responsáveis por 16% das manifestações. Em entrevista à Agência Brasil, o economista doDieese, Ilmar Ferreira Silva, disse que não houve mudanças significativas nobalanço deste ano em comparação com os anos de 2004 e 2005. “Tanto adistribuição das greves quanto o número de grevistas envolvidos e as horasparadas mantém a proporção (dos dois anos anteriores)”. Segundo ele, permanece também uma tendência observada nosanos anteriores sobre o objetivo da greve. “(As greves) são em princípio dereivindicações e de caráter propositivo, o que significa greves levadas àfrente por razões de novas conquistas, como o aumento de reajuste de salário”,afirmou.O reajuste salarial foi a principal reivindicação dotrabalhador brasileiro, estando presente como motivação em 116 greves (60%).De acordo com Silva, a região Sudeste liderou o número degreves com 45%, seguida pelo Nordeste, com 24%.