Manifesto destaca reconhecimento do campo público das TVs

13/11/2006 - 12h37

Aloisio Milani
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os articuladores do Fórum Nacional de TVs públicas organizaram um manifesto para convidar emissoras de TV, entidades do setor, intelectuais e a sociedade civil para discutir o futuro da comunicação do setor, seus objetivos, seu conteúdo e sustentabilidade. Veja a seguir a íntegra do documento:"Por que um Seminário da TV PúblicaSe, no Brasil, a televisão é o centro de gravidade do espaço público e, por extensão, da própria cultura, a televisão pública é o campo essencial em que a cultura deveria ganhar vida e visibilidade para além dos critérios de mercado. Uma televisão pública forte e criativa só pode existir num ambiente de liberdade, de vias abertas para a diversidade de opiniões e idéias e horizontes mais largos para o pensamento.Não podemos nos contentar em ter apenas a televisão comercial em nosso universo e, portanto, devemos discutir temas como sustentabilidade da TV Pública, incentivo a produção de conteúdos e o fluxo desta produção e a sua integração aos processos  tecnológicos digitais, bem como, a promoção de valores, o debate da ética e a formação da sociedade.A nossa televisão pública existe, mas dispersa e fragmentada ao nível da exaustão, num grau em que as partes não se reconhecem integrantes de um todo comum. Emissoras universitárias, comunitárias, legislativas, às ligadas a governos estaduais e aquelas vinculadas a  órgãos federais não tiveram a chance de se identificar em laços de irmandade. Elas compõem um sistema de comunicação pública - porque se somam num esforço de comunicação não-comercial, que não têm a audiência como obsessão e nem o anunciante como objetivo. Existem para prestar serviços ao público, levando a ele informação, cultura e educação – e não mero entretenimento.A TV pública não quer, não pode e não precisa mais viver dispersa, oculta de si mesma, apartada do público. Por isso, o Ministério da Cultura convida todas as TVs Públicas do Brasil, as entidades da sociedade civil e governos para uma conversa que ele pretende fecunda e de longo prazo. Em busca de um entendimento que só fará bem aos brasileiros, à toda televisão nacional, às TVs públicas em geral, à cultura deste país, ao nosso espaço público e, fundamentalmente, à nossa democracia.Ministro da Cultura, Gilberto GilSecretário do Audiovisual do Ministério de Cultura, Orlando SennaPresidente da Radiobrás, Eugênio BucciPresidente da TVE Rede Brasil, Beth Carmona"