Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PFL na Câmara dos Deputados, deputado RodrigoMaia (RJ), disse que está pessimista diante das projeções de crescimentoanunciadas pelo presidente Lula, porque acha a carga tributária muito pesada.“Onde o Brasil vai conseguir se desenvolver, se o governo toma da sociedade 40%do que o Brasil produz?”, indagou o deputado em debate ontem (1) à noite noprograma Diálogo Brasil, da TV Nacional. Para Maia, é precisocortar gastos e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de gastos. O líder do PT, Henrique Fontana, desafiou o deputado aapontar em que áreas o governo teria que fazer cortes. O líder do PFL respondeuque funções básicas do governo são saúde, educação, segurança pública e a áreaeconômica. E Fontana ironizou, perguntando “devemos acabar com o Ministério daPesca ou do Turismo?”. A resposta veio do líder PSDB, Antonio CarlosPannunziom: “ora, mas são ministérios virtuais”.“A iniciativa privada soube muito bem diminuir os custos demaneira drástica e soube diminuir os custos nas atividades meio, concentrandoos recursos na atividade fim. No governo, isso não aconteceu. Nós gastamosmuito na atividade meio, na burocracia, ao invés de termos serviços prestadosao povo”, criticou o deputado Antonio Carlos Pannunzio.Fontana creditou a situação atual às opções de crescimentotomadas em governo anteriores. “Nosso país vive hoje as conseqüências de opçõeseconômicas e políticas que foram feitas ao longo dos últimos 20 anos. Oendividamento brasileiro cresceu brutalmente antes do Governo Lula. Era de 30%do PIB e hoje é de 57%. Isso fez o país mais vulnerável porque passamos a pagartaxas de juros cada vez mais altas”, afirmou.Para o líder do PT, o esforço do governo em baixar a taxabásica de juros, que no início do governo estava em torno de 25% e agora estáem 13,75%, é um bom sinal de que o país vai crescer mais. “A queda na taxa dejuros vai liberar mais recursos para que possamos investir em outras áreas”,disse Fontana.O líder do PMDB, Wilson Santiago, lembrou que o crescimentosó virá com aumento das exportações, com infra-estrutura suficientes de portose aeroportos, áreas que contribuem para o crescimento econômico.
