Líder do PT diz que coalizão é possível

02/11/2006 - 9h47

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A coalizão de governo foi o tema do programa DiálogoBrasil, da TV Nacional, exibido na noite de ontem (1) em redepública de televisão, com a participação dos líderes do PT, do PSDB e do PFL naCâmara dos Deputados.Para o líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), acoalizão é possível e necessária para que o governo consiga promover umcrescimento mais acelerado no próximo mandato, reconhecendo que o crescimento foimoderado nos quatro anos do Governo Lula. “Nós temos um Parlamento com uma pluralidade que exige estacomposição. E aquilo que vai nos garantir uma governabilidade e umaestabilidade para aprovar reformas importantes para continuar implementando umprograma de crescimento para o país é este governo de coalizão”, defendeu.Fontana atribui ao PMDB um papel importante no processo decoalizão partidária, ainda que dividido pelo apoio ao presidente Lula em algunsestados nestas eleições e pela oposição ao governo que o partido representa emoutros estados e também no Congresso Nacional. O líder do PMDB, Wilson Santiago (PB), acredita na união do partidono próximo período legislativo, porque a “porção governista” foi vencedora nasurnas tanto para os cargos do Legislativo como para os governos estaduais.“Esses parlamentares e governadores vão trabalhar certamente pela construção dabase e para ajudar o futuro governo”, observou.O líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), enfatizouque a coalizão diz respeito à base do governo e que seu partido continua sendooposição ao Governo Lula. “Eu espero mesmo que aconteça isso (a coalizão),porque é salutar que o governo deixe bem claro com quem governa”, disse. Pannunzio deixou claro que o PSDB não pode participar dacoalizão de governo, mas que não deixará de contribuir para o debate de temasde relevância para o país. “Continuaremos sendo oposição, críticos, vigilantes.Mas, é claro, nunca deixaremos de debater temas importantes. A reformapolítica, por exemplo, só começou a sair do papel com todos os partidosconversando, sentados à mesa, juntos”.Questionado pelo mediador do programa, jornalista FlorestanFernandes, sobre a composição do PFL depois das eleições, o líder do partido,deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que a derrota pefelista em alguns estados nãosignifica enfraquecimento político. “Onde o Alckmin foi bem, o PFL também foibem. O presidente Bornhausen (Jorge Bornhausen, presidente do PFL), porexemplo, não se candidatou, mas elegeu prefeitos e deputados que apoiou.Acredito que isso é reflexo do fim do processo de redemocratização. É um cicloque se encerra com o final do segundo mandato do presidente Lula. E os partidosvão se adequar a essa nova realidade. O PFL, por exemplo, está se renovando,buscando novas lideranças. Acho saudável essa mistura entre o novo e aexperiência dos que já fazem política há mais tempo”, analisou.