Banco Central mantém ritmo adequado de queda da taxa de juros, diz Meirelles

26/10/2006 - 18h12

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou hoje (26) que o ritmo de queda da taxa básica de juros, a Selic, atualmente, em 13,75%, tem mantido “a velocidade considerada mais adequada para uma bem sucedida política monetária”. Segundo Meirelles, o objetivo é garantir o controle inflacionário dentro das metas projetadas. Para ele, não houve exagero no rigor da medida que, segundo análises de mercado, poderá até levar a uma inflação abaixo dos 4,5% previstos.Quanto aos empresários que reivindicam maior declínio da taxa para que se acelere o crescimento econômico, Meirelles argumentou que isso implicaria mecanismos artificiais, com conseqüências negativas no período posterior. Ao falar durante encontro sobre planejamento econômico e financeiro das empresas para o ano que vem, promovido pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o presidente do Banco Central apresentou um cenário da evolução do crescimento econômico. Ele destacou que, graças à política de estabilidade, intensificou-se a elevação da economia no período de 2004 a 2006 (+3,1%), taxa bem superior à do período de 1999 a 2003 (+1,7%). Nesse último período, foram criadas as condições para um ambiente de estabilidade, disse Meirelles.Para ele, a estabilidade não basta para “criar taxas asiáticas”, mas é condição essencial para o país crescer e “enfrentar outras reformas fundamentais”. Meirelles observou que a demanda no comércio varejista vem alimentando o setor produtivo, tanto que, nos nove primeiros meses deste ano, a oferta de vagas no país teve aumentou em torno de 1,375 milhão de postos de trabalho. E a taxa de desemprego, só não tem caído mais, porque aumentou no mesmo período a entrada de pessoas no mercado de trabalho. O presidente do Banco Central também sinalizou que a política de elevação da oferta de crédito deve continuar. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), Meirelles informou que o volume movimentado no país chegou a 24%, em 2003, e a 33%, até outubro deste ano. Mesmo assim, reconheceu que ainda está muito abaixo do nível de empréstimos concedidos em outros países, como o Chile, onde o percentual alcança 70%, e nos Estados Unidos e Europa, mais de 100%.