Diretor de agência reguladora defende inclusão do Plano de Águas nos gastos prioritários do governo

25/10/2006 - 16h24

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado, disse hoje (25) que um dos desafios para a implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) é incluir os recursos necessários no próximo Plano Plurianual (PPA), que vai abranger o período de 2008 a 2011.O PPA é elaborado de quatro em quatro anos pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e define as prioridades do governo federal para todas as políticas públicas, como as para área de educação, saúde e economia."Este é o grande desafio, a incorporação do nosso plano às prioridades nacionais”, afirmou. Lançado em março de 2006, o PNRH prevê ações para serem desenvolvidas até 2020, voltadas ao uso racional da água. “Agora, os recursos do plano nacional terão que ser negociados. Nós já temos contato com o Ministério do Planejamento e, quando o plano tiver detalhado e as metas estiverem bem definidas, teremos números a colocar também nessas metas”.As declarações foram feitas à Agência Brasil, antes de Machado abrir o 1º Workshop Brasil-China na Área de Recursos Hídricos, em Brasília. O encontro faz parte de um acordo de cooperação técnica e científica firmado em 2003 entre o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério dos Recursos Hídricos da República Popular da China. Em 2005, uma missão brasileira esteve na China, e agora os chineses visitam o Brasil para trocar experiências na área.A delegação chinesa é formada por 13 técnicos e chefiada pelo vice-ministro da pasta, E. Jingping. A brasileira é chefiada pelo diretor-presidente da ANA. Os debates do workshop, que terminam hoje, incluem temas como monitoramento da qualidade e quantidade da água e sistema de informação, transposição de bacias e conservação da água e solo.“A China padece muito fortemente de situações de escassez de água. Com uma população como é a da China, há desafios para o crescimento econômico, da agricultura e assim por diante. O Brasil também tem desafios nesse campo. Então, são dois países que têm muito a colaborar”, destacou Machado.Na avaliação do vice-ministro chinês, a cooperação "cria excelentes oportunidades de intercâmbio de informações e troca de idéias entre os dois países, de modo que ambos os lados possam crescer na área de proteção dos recursos ambientais e hídricos”.Além da China, o governo brasileiro também firmou acordo de cooperação técnica na área de recursos hídricos com Cuba e Espanha, informou o diretor-presidente da ANA.