Thiago Brandão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A versão 2006 do relatório Planeta Vivo, apresentado a cada dois anos pela Organização Não-Governamental WWF (World Wildlife Found - Fundo Mundial para a Natureza), alerta: estamos consumindo os recursos naturais do planeta em um ritmo superior à capacidade de renovação da natureza.A medida utilizada pela ONG é a Pegada Ecológica, que considera a quantidade de terra produtiva, água e demais recursos necessários para produzir o que um indivíduo consome e para absorver o resíduo que ele gera. “A pegada ecológica é o tamanho do pé de uma pessoa, o que significa a presença dela na superfície do planeta. O cálculo considera o que ela consome, os dejetos, a maneira como ela consome, a degradação do ambiente, quanto ela consome de combustível, qual a pressão sobre as espécies animais e florestais”, explicou Karen Suassuna, técnica em mudanças climáticas da WWF, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.Segundo o relatório, o ponto de equilíbrio entre o consumo e a regeneração da natureza seria de 1,8 hectare de recursos naturais anuais por pessoa. A média mundial, no entanto, ficou em 2,2 hectares por ano. Isso representa um consumo 25% superior à capacidade de recuperação do planeta. Se o crescimento continuar no ritmo atual, a WWF projeta para 2050 um consumo de recursos duas vezes superior ao que o planeta pode gerar.Outro índice utilizado pela WWF é o Planeta Vivo, que avalia a biodiversidade da Terra, baseado em tendências de 3.600 populações de 1.300 espécies vertebradas. Entre 1970 e 2003, a organização registrou redução de um terço das populações de espécies de vertebrados acompanhadas.Para remediar os problemas apontados no relatório, a WWF sugere, entre outras medidas, a promoção do planejamento familiar, a redução do consumo de bens dispensáveis, a racionalização do uso de recursos na produção de bens e serviços e a recuperação de áreas produtivas deterioradas.