Para Lula, eleição opõe projetos de “construção” e “demolição” para o país

10/10/2006 - 22h34

Bruno Bocchini e Carolina Pimentel
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo / Brasília - O candidato à reeleição para aPresidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PCdoB/PRB) disse hojeque sua disputa no segundo turno contra Geraldo Alckmin (PSDB/PFL) representanão apenas a oposição de dois candidatos ou partidos, mas de dois projetos parao país.“Um projeto que vocês conhecem é o projeto dodesmonte, ou seja, é aquele cidadão especializado em destruir em dois minutosaquilo que a gente constrói em dois séculos”, disse ele, sobre seusadversários. “Estes dois projetos estão em jogo: um projeto que atende osinteresses de pequenos grupos econômicos e um projeto que atende os grandesinteresses da sociedade brasileira.” Segundo ele, o projeto tucano, durante osoito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), “demoliu” o setorpúblico no país. “(Foi) um projeto que penalizou duramente, não apenas oservidor público, mas os trabalhadores que ganham salário mínimo neste país. Umprojeto que se desfez de empresas estatais que levaram anos para seremconstruídas e eram altamente necessárias ao desenvolvimento e segurançanacional.” Em discursomais tarde, em comício em Guarulhos (SP), Lula também disse que o projeto deAlckmin é “o projeto do apagão”. “É o projeto de um país que ficava subordinadoapenas aos países ricos, esse projeto nós já derrotamos e vamos derrotar outravez", disse. "Apagão" é como ficou conhecida a crise de falta deenergia elétrica em 2001, durante o governo FHC."Onosso projeto é outro", afirmou Lula à tarde, no comício em Guarulhos(SP). "O nosso projeto é o de fazer os mais pobres tomarem café, almoçar ejantar. E um projeto que combate a corrupção e prende inclusive companheirosque se meterem em corrupção, não é um projeto de jogar sujeira pra baixo dotapete", disse. "O povo vai ter que escolher se quer uma políticapara ajudar os grandes proprietários de terra ou uma política para ajudar aagricultura familiar." Lula comparou sua estratégia de campanha àprudência dos mineiros no jogo de truco. Segundo ele, no truco, o blefe deveser usado com parcimônia. “Nada dá mais segurança para a gente gritar truco doque ter um zap ou sete copas na mão”, disse. “Eu e José Alencar vamos trucarmuito forte nessa campanha.”Lula manteve encontro pela manhãcom 12 deputados peemedebistas de Minas Gerais no Palácio do Jaburu, residênciaoficial do vice-presidente, José Alencar, ele próprio ex-senador pelo PMDB deMinas. Na ocasião, o presidente do PMDB mineiro, o ex-ministro da Saúde SaraivaFelipe, entregou a Lula documento de apoio da direção regional do partido. Tambémparticiparam da reunião os mineiros Patrus Ananias, ministro do DesenvolvimentoSocial e Combate à Fome, e Hélio Costa, ministro das Comunicações.