ANS discute estímulo ao parto natural

10/10/2006 - 21h56

Beatriz Mota
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O percentual de cesarianas realizadas pela saúde suplementar no Brasil ébastante superior ao recomendado pela Organização Mundial de Saúde, informouhoje (10) o gerente da Agência Nacional de Saúde Suplementar, Afonso Reis. Durante ciclo de debates sobre estímulo ao parto natural, realizado emparceria com a organização não-governamental Rede pela Humanização do Parto eNascimento (Rehuma), ele disse que no ano passado foram realizados cerca de 304mil partos pela saúde suplementar em todo o país. Desse total, 76% foramcesarianas, enquanto a OMS recomenda um percentual de 10% a 15%.Por causa desses dados, acrescentou Reis, a ANS estuda a criação deregulamentos e exigências para que as operadoras de planos de saúde sejamincentivadas a privilegiar o parto normal. Os dados revelam ainda que, aocontrário do que ocorre no Sistema Único de Saúde, onde a taxa de cesarianas ésuperior em mulheres com maior grau de instrução, na saúde suplementar essetipo de parto “está disseminado indistintamente“. Ainda de acordo com informações apuradas pela ANS, amulher brasileira afirma preferir o parto natural. Para Marcos Dias, integrantedo conselho diretor da Rehuna, essa incoerência entre a preferência da brasileirae a alta taxa de cesarianas “decorre de uma série de fatores voltados à praticidade, quefavorece os vários atores desse processo”.