Brasil propõe à União Européia criação de comitê para analisar qualidade do pescado brasileiro para exportação

10/10/2006 - 16h13

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os esforços do Brasil para se adaptar às exigências da UniãoEuropéia (UE) para a importação de pescado foram tema de conversa hoje (10)entre o secretário especial de Pesca, Altemir Gregolin, e o comissário da UEpara a Defesa e a Saúde do Consumidor, Markus Kyprianou. No encontro, orepresentante da UE reconheceu as precauções tomadas pelas autoridadesbrasileiras, mas disse que tem de atender às demandas do consumidor europeu. Na reunião, Gregolin propôs a formação de um comitê com representantesdo Brasil e da UE, para acompanhar a aplicação das medidas tomadas pelasautoridades brasileiras. O comissário, de acordo com o secretário, prometeuanalisar a sugestão.Kyprianou afirmou ainda que as medidas recentemente adotadaspela UE, que há duas semanas condicionou a importação de pescados brasileiros atestes de histamina para o atum (que determina o frescor), deve-se à crescente exigênciados compradores. Ele admitiu que o bloco econômico pode impor novas condiçõesao país.Gregolin pediu que, com base no resultado dos testes, a UEpossa rever a exigência. Segundo o secretário, todos os testes, até agora,confirmaram a qualidade do produto. Ele ressaltou que por causa da medida o atum pescado na costa brasileira vendido para a UE passou a ter amostras analisadasem um laboratório de São Paulo, ao custo de R$ 400 por teste.“A exigência ainda não teve impacto nas relações comerciais,mas atrasa as exportações em pelo menos um dia”, disse o secretário. Segundoele, a medida afeta principalmente o atum. De janeiro até agosto, o Brasilexportou US$ 129,1 milhões em pescados para a UE, 54% dos US$ 237,7 milhõesvendidos para o exterior.Na reunião, o representante da UE também ressaltou que obloco está atento ao Plano Nacional de Controle de Resíduos, que monitora apresença de antibióticos e metais pesados no pescado brasileiro. SegundoGregolin, os resultados desses testes também serão apresentados ao blocoeconômico para comprovar a qualidade dos produtos exportados.