Diretor de controle do espaço aéreo diz que não foi detectada falha em equipamentos

05/10/2006 - 23h16

Luíza Bandeira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O diretor geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), tenente-brigadeiro-do-ar Paulo Roberto Cardoso Vilarinho, disse hoje (5) que até agora não foi detectado qualquer problema com os equipamentos de controle na área onde caiu o Boeing 737-800 da Gol na última sexta-feira (29). Já no dia seguinte ao acidente, acrescentou, um avião do Grupo Especial de Inspeção em Vôos sobrevoou o local para fazer inspeção de radares e outros equipamentos de auxílio à navegação. “Ainda esta faltando um vôo, que não foi concluído e está previsto para amanhã [6], mas até agora não detectamos falha ali", disse. Vilarinho negou a existência de “buracos negros”, áreas onde não há comunicação das aeronaves com o sistema de controle do tráfego, no espaço aéreo brasileiro. Ele garantiu que o sistema brasileiro é um dos melhores do mundo e informou que nos últimos quatro anos recebeu investimentos de US$ 121,5 milhões para revitalização. Na área da Amazônia, no entanto, nenhum radar foi substituído, porque os aparelhos foram instalados em 2002 e cobrem toda a região.Na avaliação do militar, os pilotos do jato Legacy, também envolvido no acidente, não tinham razões para desligar o aparelho conhecido como transponder, porque voavam legalmente. Vilarinho confirmou que os controladores do Decea, ao perderem o sinal do Legacy, tentaram contato com a tripulação sete vezes, mas não obtiverm resposta ao rádio. Os dois aviões estavam equipados com o TCAS, que avisa em caso de colisão iminente, mas segundo Vilarinho o aparelho não funciona se o transponder estiver desligado ou em pane. A falta do transponder também impede que se determine a altitude exata em que o avião estava voando, acrescentou.