Cinco médicos do INSS são agredidos

23/09/2006 - 17h23

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Em dois dias de trabalho após a realização de greve da categoria, cinco médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram agredidos durante o exercício de suas funções, nos últimos dias 20 e 21. Três das ocorrências foram em São Paulo, uma em Minas Gerais e outra na Bahia. As informações foram divulgadas no site da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), que tem sede em Brasília.O caso mais grave, segundo a ANMP, aconteceu no município de Campinas, no Interior de São Paulo. Um segurado, cujo nome não foi revelado, teria entrado armado na agência Carlos Gomes naquela cidade e “ameaçado de morte” o perito Cláudio da Cunha Cavalcanti Neto. O comunicado destaca a narrativa feita pelo perito: “Não acreditei quando a PM [Polícia Militar] liberou o segurado após a agressão, sem pelo menos registrar a ocorrência”.Em outra agência da cidade vizinha, Jundiaí, um segurado que teve seu benefício recusado também fez ameaças à médica que o atendeu. “Sua vida vai ser curtinha”, teria dito esse segurado à medica perita que pediu para não ter o seu nome divulgado.O terceiro caso em São Paulo ocorreu na unidade do INSS do Tatuapé, na zona leste da capital paulista. Sem dar detalhes do tipo de agressão, a nota da ANMP informa apenas que a médica Mayra Isabel Correia Pinheiro sentiu a necessidade de ser acompanhada até a sua residência por um funcionário do posto por temer intimidação feita por uma periciada que teve pedido negado. Segundo a entidade, desde o momento em que foi ameaçada, anda sob escolta de segurança particular. “Fui agredida após comunicar indeferimento administrativo de perícia realizada. Felizmente fui socorrida pelos funcionários da agência, porém precisei ser conduzida até minha residência por um funcionário, pois a periciada aguardou-me do lado de fora da agência para ameaçar-me”, contou na nota. Segundo a ANMP, o caso foi registrado na 2ª Delegacia de Polícia.Em Coronel Fabriciano, no Estado de Minas Gerais, o perito Edilei Bonfim teve o seu consultório depredado. O segurado atendido por ele jogou um computador no chão e “chutou as paredes do consultório até ser contido”. O caso foi registrado pela Polícia Militar.No município baiano de Barreiras, o perito Alexandre Gabriel Cordeiro Lucena relatou à associação que “está em pânico” depois de ter os vidros de seu carro quebrados e encontrar no interior do veículo uma carta com ameaças de morte. Como a cidade é pequena, com apenas 25 mil habitantes, “todos o conhecem e sabem onde (o perito) trabalha, diz a nota. O médico pediu à gerência do INSS para comunicar o caso à Polícia Federal.