Seminário debate educação no campo

20/09/2006 - 21h02

Raquel Mariano
da Agência Brasil
Brasília - A falta de transporte, a distância de casa até a escola e a carência de unidades de ensino faz com que os jovens do campo não consigam concluir e até mesmo ingressar no ensino médio.Esses foram alguns dos pontos levantados como obstáculos para os jovens em idade escolar que vivem em comunidades rurais no 1º Seminário Nacional sobre Educação Básica de Nível Médio nas Áreas de Reforma Agrária.Para a coordenadora pedagógica do setor de educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Dejacira Oliveira, o encontro está ajudando a ampliar e fortalecer o debate sobre a questão.“As pessoas que estão participando percebem cada vez mais a necessidade de uma política pública para a educação para a juventude nas áreas de reforma agrária”.Segundo dados do MST, dentre as quase duas mil escolas públicas que o movimento implementou em assentamentos agrários em 23 estados brasileiros, apenas 53 oferecem o ensino médio.Para o coordenador do Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária, Milton Fornazieri, o baixo número se deve ao fato de a educação no campo nunca ter tido prioridade na pauta do governo federal, estadual e municipal. E, conseqüentemente, ao fato de não haver políticas públicas destinadas a esses jovens. “Isso faz com que eles sejam obrigados a se deslocar para a cidade ou parar de estudar".O seminário, que começou na última segunda-feira (18) e termina na sexta-feira (22), tem participação de cerca de 500 educadores do todo o Brasil ligados às questões do campo.  Ao final do encontro, deverá ser elaborado um documento com as principais linhas políticas para melhorar a educação de nível médio nos assentamentos.