Lula "não teme investigação" do TSE sobre dossiê, diz Tarso

20/09/2006 - 20h23

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Alvorada, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que a investigação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a negociação de um dossiê contra políticos tucanos é “legítima”. O pedido de investigação de Lula, candidato à reeleição, foi feito pela coligação Por Um Brasil Decente (PSDB/PFL) que apóia a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República.“O presidente não teme em absoluto o resultado de investigação que envolva o seu nome", afirmou Tarso. "Essa investigação que o TSE está fazendo é uma investigação normal. Feita em função da provocação de um requerimento da oposição".Tarso Genro comentou que os fatos relacionados à negociação de petistas com o empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin para obter um dossiê contra candidatos do PSDB gerou “incômodo”. “Do ponto de vista político, há um incômodo muito grande do governo e uma indignação de que pessoas que tenham vinculação pessoal com o presidente estejam sendo vinculadas a esses fatos. Isso atingiu presidente porque ele se sentiu indignado.”O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o ministro, deu ordem para ministro da Justiça acompanhar “dentro da lei” e “pessoalmente” a investigação da Polícia Federal sobre o assunto. “E a preocupação (de Lula) é de que as investigações sejam tanto mais completas e mais profundas no que diz respeito ao envolvimento de eventuais pessoas das suas relações individuais e de amizades.”A Polícia Federal prendeu na sexta-feira (15) quatro pessoas relacionadas à negociação de documentos que envolveriam políticos do PSDB com a compra superfaturada de ambulâncias. Entre eles, estavam dois petistas com quase R$ 2 milhões que seriam usados na negociação.Nos depoimentos, foram citados Freud Godoy, ex-assessor da Presidência, Jorge Lorenzetti, assessor da campanha de Lula. Já Oswaldo Bargas, ex-secretário do Ministério do Trabalho, foi citado como envolvido na negociação em nota da revista Época sobre o assunto. O inquérito é presidido pela Polícia Federal em Cuiabá com autorização da Justiça Federal.