Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - “Assim que o governo federal decidir, a Eletrobrás Termonuclear [Eletronuclear] está pronta para construir Angra 3”. A afirmação foi feita hoje (18) pelo presidente da empresa, Othon Luiz Pinheiro da Silva, logo após palestra durante o 8º Encontro Nacional de Energia e Eletricidade (Enercon), que termina amanhã (19).O projeto de construção da usina, segundo Silva, passou a ser viável em 2005, com a queda do preço do megawatt-hora de origem nuclear – que já concorre com o preço de outras fontes energéticas. “Angra 3 vai funcionar bem no centro de demanda do país. Está muito bem localizada e sentimos que ela será importante, comparando com o funcionamento de Angra 1 e 2. Neste ano, por exemplo, com a seca no Sul, a importância de Angra 1 e 2 foi muito grande, toda a energia que nós pudemos produzir foi contratada e vendida. Ou seja, há uma grande demanda”, afirmou.Para o presidente da Eletronuclear, o sistema hidrelétrico continua sendo prioridade no Brasil, mas não se pode desprezar a quantidade de recursos disponíveis no país para aumentar a capacidade de geração de energia e proporcionar outras fontes de energia. Ele citou o urânio, o carvão, a biomassa (bagaço de cana e outros resíduos vegetais), o gás natural e os óleos derivados do petróleo, seguindo ordem de importância e disponibilidade.“À medida que vai crescendo a demanda no país e à medida que ficou mais difícil construir hidrelétricas com grandes reservatórios, é necessária a contribuição térmica. Quando eu digo térmico, não falo apenas em energia nuclear, mas também em gás, óleo diesel, carvão”, disse. Segundo Silva, a energia de origem nuclear é segura, barata, e a fonte primária, o urânio, existe em abundância no país. "O importante é não faltar energia e o governo está tomando essa providência”, afirmou.