Corregedoria eleitoral vai analisar suspeita de venda de dossiê

18/09/2006 - 19h16

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Corregedoria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai analisar um pedido de PSDB, PFL e PPS para abertura de investigação. Os três partidos, que apóiam o candidato Geraldo Alckmin à presidência, pedem que seja investigada a suposta tentativa de venda de um dossiê, que envolveria políticos do PSDB no esquema de superfaturamento de ambulâncias, investigado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas.A informação foi dada pelo presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, em coletiva a imprensa no Rio de Janeiro, após encontro com os presidentes do PFL, senador Jorge Borhausen (SC), e do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). O caso será analisado pelo corregedor eleitoral, ministro César Asfor Rocha.Se o pedido de abertura de inquérito for aceito, o TSE irá investigar exclusivamente o aspecto eleitoral. Segundo Mello, o aspecto criminal já está a cargo da Polícia Federal. “Nós estaremos, no âmbito da Justiça Eleitoral, apenas investigando a repercussão do fato na disputa eleitoral”, disse o ministro.Não existe um prazo para que o pedido de investigação seja analisado. Mas a previsão, segundo Mello, é que haja uma resposta do Tribunal até o início do próximo ano.Pelo tempo, Mello acredita que o caso não terá qualquer impacto durante a campanha. Se houver alguma comprovação de crime, só haverá punição após o período eleitoral.A Polícia Federal (PF) prendeu sexta-feira (15) o empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, e seu primo Paulo Roberto Trevisan Vedoin, proprietários da empresa Planam, suspeita de criar um esquema de venda superfaturada de ambulâncias para prefeituras. Segundo as investigações da PF, os dois planejavam vender,por cerca de R$ 2 milhões, imagens de vídeo, uma agenda e fotografias que poderiam envolver políticos do PSDB no esquema.Foram detidas, também, duas pessoas suspeitas de tentar comprar o material: Valdebran Padilha, filiado ao Partido dos Trabalhadores, que participou da campanha de 2004 para a prefeitura de Cuiabá, e o agente aposentado da PF Gedimar Pereira Passos.