Bancos falham ao promover integração regional, diz participante de seminário

18/09/2006 - 17h33

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A coordenadora-executiva da organização Rede Brasil, Magnólia Azevedo Said, considera insuficiente a atuação dos bancos financiadores da integração sul-ameicana. Segundo ela, essas instituições deveriam ouvir os movimentos sociais para elaborar suas políticas de investimento.“É preciso discutir que modelo de desenvolvimento nós queremos e, a partir daí, ter um debate sobre integração que parta do [contexto] local e [leve em conta] que alternativas nós temos para isso”, opina a coordenadora, que é uma das organizadoras do seminário Internacionalização capitalista ou integração dos povos: para onde vai a América do Sul?, que começou hoje (18) em São Paulo.“Os documentos que os bancos constroem desconhecem que os países são diferentes em conformação territorial, cultural e social. Fazem propostas iguais para todos”, diz Said.Na avaliação dela, os bancos não cumprem seu papel desenvolvimentista porque as políticas empregadas têm gerado subdesenvolvimento, concentração de riqueza e impactos até irrecuperáveis no meio ambiente.“Houve eleições em alguns países e em outros ainda haverá, portanto esse é um momento primoroso para discutir projetos de desenvolvimento”, afirma Said. Para ela, é fundamental que os movimentos sociais “afinem” suas idéias para definir com clareza que tipo de integração querem e qual seu papel.