Secretário diz que país deve buscar fontes alternativas de energia para atender a demanda

13/09/2006 - 19h06

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético doMinistério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, defendeu hoje (13) que oBrasil terá de buscar fontes alternativas de energia para atender o crescimentoda demanda. Disse, no entanto, que a energia obtida por meio das hidrelétricas"continuará sendo o carro-chefe". Zimmermann advertiu que é necessário enfrentar o"desafio de incorporar novas usinas e abrir espaços para o carvão, o gás,a biomassa e outras alternativas", diante das projeções de um crescimentoanual da economia em torno de 5%.As declarações foram feitas à Agência Brasil antes desua apresentação no seminário sobre matriz energética, realizado pelo Institutode Engenharia de São Paulo.  O secretário informou que daqui a três anos o Brasil aindaestará utilizando apenas 30% do seu potencial hidrelétrico, atualmente em 260mil MW. "O Brasil tem uma vantagem competitiva e um potencial a serexplorado bastante positivo", apontou, citando que na Alemanha essaexploração já chegou aos 100%; na França, também já se atingiu o limite dos100% e nos Estados Unidos, 70%.Conforme projeção até 2015, feita em 2003, haveránecessidade de um aumento da oferta interna em cerca de 29 mil MW, prevendo umconsumo em torno de 76 mil MW.  Zimmermann prevê que "o grande desafio no futuro é o demanter as características de energia proveniente de fontes renováveis". Comparando com outros países, ele observou que aparticipação de fontes renováveis na  matriz energética brasileira é de45%, enquanto a média mundial é de 13,14% e nas nações que integram aOrganização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos (OCDE) é de apenas6%. Com base na auto-suficiência em petróleo alcançada pelo Brasil, ele disseque o país caminha para ser exportador de energia.  De acordo com o secretário, a política estratégica a serseguida para garantir o fornecimento de energia no longo prazo ainda está emfase final de elaboração. Da série de nove audiências públicas para o PlanoNacional de Energia 2030 (PNE), restam duas a serem realizadas. Uma ocorrerá nopróximo dia 21, em que será debatida a evolução do mercado de energia em longoprazo, e no final de outubro, o último encontro do gênero, tratará da estratégiada expansão da oferta. A expectativa é de que até o início de novembro o governo jápossa ter concluído a proposta de uma política para o setor, que posteriormenteserá colocada em consulta pública.