Secovi-SP prevê "boom" imobiliário com medidas anunciadas pelo governo

13/09/2006 - 14h28

Renato Brandão
Da Agência Brasil
São Paulo - O pacote anunciado ontem (12) pelo governo para estimular a construção e compra de moradias poderá gerar um "boom" imobiliário, segundo avaliou o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). Em comunicado à imprensa, o presidente da entidade, Romeu Chap Chap, disse acreditar que as medidas de incentivo à construção civil, como o fim da obrigatoriedade da aplicação da Taxa Referencial (TR), deverão dar novo impulso ao setor imobiliário.“Tudo converge para que ocorra um boom imobiliário no Brasil”, diz o documento. Para Chap Chap, a correção monetária facultativa contribuirá para aumentar a competitividade entre os bancos, já que estes poderão estabelecer taxas de juros pré-fixadas no crédito imobiliário. “As parcelas poderão ficar cada vez menores, e o comprador terá mais segurança para assumir um financiamento de longo prazo, sem correr risco de descasamento entre o salário e a prestação, como ocorreu no passado”, disse.O presidente do Secovi-SP destacou a possibilidade dada ao comprador de utilizar o crédito consignado para o financiar a casa própria. “O cidadão poderá adquirir seu imóvel com crédito consignado, comprometendo até 30% do salário”, elogiou. O Secovi-SP também avaliou como positiva a linha de crédito da Caixa Econômica Federal destinada às empresas do setor para financiar até 85% do custo das obras.Em entrevista à Agência Brasil, o vice-presidente de incorporação do Secovi-SP, João Crestana,  destacou que “a primeira medida a se louvar é direcionar a Caixa para a produção". Ele comentou: "Agora, com estas medidas, parece que a Caixa está decidida a aplicar em produção, o que é muito importante, porque se você só aplica em reformas ou imóveis usados, o que é bom também, mas se você só aplica exclusivamente nisso, você impede que as empresas operem”.Crestana também avaliou como positiva adoção do empréstimo consignado ao pagamento no salário. “O crédito consignado, a princípio, diminui o risco do agente, do banco. Se ele diminui o risco, ele permite um custo menor. Nosso consumidor poderá pagar um juro menor se o crédito consignado for corretamente aplicado. Isso tudo é positivo, desde que isto seja transformado em realidade. A gente precisa ficar de olho para ver se tudo isso é aplicado desta maneira. Por outro lado, a gente alerta também para a pessoa que tomar isso, de que tem de estar ciente das suas responsabilidades”, afirmou.