Assassinato de médica pode levar peritos do INSS a prorrogar greve

13/09/2006 - 19h17

Gabriella Noronha
da Agência Brasil
Brasília - A paralisação dos médicos peritos, que estava programada para terminar amanhã (14), poderá se estender por tempo indeterminado diante do assassinato da médica perita Maria Cristina Souza Felipe da Silva, ocorrido hoje (13). A informação foi dada pelo presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Eduardo Henrique Almeida. Maria Cristina Souza Felipe da Silva, médica perita da Previdência em Governador Valadares (MG), foi assassinada com quatro tiros, na frente de sua residência. A servidora era também delegada da ANMP e, antes do crime, havia concedido diversas entrevistas à imprensa regional de Minas. Segundo a ANMP, Maria Cristina ainda chegou com vida ao hospital, mas não sobreviveu aos ferimentos em seu peito e cabeça. “Com a morte da Cristina, muda tudo. Temos que conversar agora com a categoria para saber que posição vamos tomar”, informou Almeida, em nota divulgada pela assessoria de imprensa da ANMP. Para Almeida, está “claro” que o crime está ligado com a profissão de Maria Cristina de médica perita.A polícia de Governador Valadares já descartou a hipótese de assalto. A médica foi morta às 9 horas, em um avenida movimentada, e a pessoa que cometeu o crime não tentou levar nada do que estava com a vítima.De acordo com a Associação dos Médicos Peritos, o assassinato não foi surpresa, já que agressões contra esses profissionais são diárias e já foram, diversas vezes, reportadas tanto à presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quanto à Polícia Federal. A principal reivindicação da categoria na greve que começou hoje é a melhoria das condições de trabalho, além de mais segurança. Com a paralisação, os segurados do INSS não podem fazer a perícia necessária para receber benefícios como, por exemplo,  auxílio-doença e aposentaria por invalidez.O Ministério da Previdência Social e o INSS divulgaram nota lamentando a morte da servidora. O ministério informou também que solicitou o acompanhamento do caso à Polícia Federal. Maria Cristina, de 56 anos, era casada e tinha quatro filhos.