Lula destaca papel dos países pobres na busca por comércio mundial justo

12/09/2006 - 17h24

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em discurso após encontro com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou hoje (12) a importância da união dos países em desenvolvimento em busca de um comércio mundial mais equilibrado.  “Já vencemos a barreira do preconceito de que éramos fracos e dependíamos dos ricos para darmos cada passo da nossa vida. Aprendemos a andar com as nossas próprias pernas e a construir a nossa independência do jeito que acreditamos que ela deva ser”, disse Lula, no Palácio da Alvorada. O premiê indiano elogiou a liderança do presidente brasileiro entre os países em desenvolvimento. Segundo Lula, os dois países pretendem ampliar acordo de preferências comerciais entre a Índia e o Mercosul, “com especial atenção aos interesses do Uruguai e Paraguai, sócios menores do bloco”. O presidente lembrou que o Brasil é o principal parceiro comercial dos indianos na América Latina. No ano passado, os negócios entre as duas nações movimentaram US$ 2,3 bilhões. De acordo com Lula, a idéia é elevar a relação “à condição de parceria estratégica”.Dos nove acordos firmados entre os dois países por ocasião da visita do premiê Manmohan Singh, o presidente destacou os que prevêem cooperação tecnológicana exploração de petróleo e gás natural. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, informou que a Índia deve iniciar sua participação na exploração do petróleo brasileiro na Bacia de Campos (RJ). Gabrielli não revelou, no entanto, quando a Índia começa a atuar no Brasil, e a Petrobras no território indiano. Já o premiê indiano informou que os investimentos poderão chegar a US$ 400 milhões. Em comunicado conjunto, Lula e Singh reafirmaram a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a retomada das discussões da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Eles concordaram também sobre a criação de um comitê conjunto para discutir desenvolvimento de biocombustíveis.