Funai envia ao Ministério da Justiça documentos sobre área a ser demarcada no Espírito Santo

12/09/2006 - 20h46

Isabela Vieira
Da Agência Brasil
Brasília - A Fundação Nacional do Índio (Funai) enviou hoje(12) ao Ministério da Justiça os documentos que comprovam que áreas domunicípio de Aracruz, no Espírito Santo, são território indígena edevem ser demarcadas. Os documentos se referem às áreas de Comboios,Caeiras Velha e Pau Brasil.

Desdea semana passada os indígenas cobravam a decisão da Funai, de ampliaçãoda reserva na região, de sete para 11 mil hectares. Na manhã de hoje,cerca de 200 índios ocuparam terras onde a empresa Aracruz Celulose templantação de eucaliptos. As árvores foram derrubadas e as toras,queimadas como forma de protesto. As áreas em disputaforam adquiridas na década de 60 pela empresa, que é a maior produtorade celulose do mundo. No entanto, a Funai argumenta que naquela época aregião já havia sido identificada como território indígena. Atualmente,vivem na região 2 mil índios das etnias Garani e Tupinikim. Deacordo com o cacique Antonio Carvalho Guarani, da Comissão de Caciquese Lideranças Tupinikim-Guarani, terminou no último dia 20 o prazo paraque a Funai enviasse ao Ministério da Justiça a decisão de que a áreaem disputa pertence aos índios. A Funai explicou que não houve demorano envio do documento e que a decisão estava sendo analisada pelopresidente do órgão, Mércio Pereira Gomes.

Durantea manifestação da manhã de hoje, segundo o cacique, nenhum funcionárioda Aracruz foi agredido. As motosserras utilizadas para o corte dasárvores, acrescentou, estavam no local e já foram entregues àadministração da Funai, para serem devolvidas à Aracruz Celulose.Aempresa informa, em sua página na internet, que na última semana foramatingidos 36 hectares de plantação de eucaliptos durante asmanifestações. E que o prejuízo estimado é de R$ 1 milhão. A AracruzCelulose divulga ainda, na página, nota em que afirma esperar que oMinistério da Justiça negue a demarcação das terras, com base emcontestação apresentada ao relatório da Funai.