Dnit apresenta novo sistema de pesagem de cargas para rodovias federais

12/09/2006 - 14h29

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Departamento Nacional deInfra-Estrutura de Transportes (Dnit) discutiu hoje (12), em audiênciapública, o Plano Diretor Nacional Estratégico de Pesagem.Elaborado pelo Centro de Excelência em Engenharia de Transportes(Centran), o plano visa aparelhar o país com dispositivos eletrônicos decontrole de cargas nas rodovias, a fim de coibir os excessos e garantirmaior vida útil aos pavimentos.

Por meio dodesenvolvimento de estudos e projetos no período de um ano, o Centranchegou à conclusão de que é necessário aumentar de 69 para 220 o númerode balanças fixas e móveis em todo o país. Os novos postos vão serinstalados nos principais corredores de exportação do país, nas áreasde origem e destino das cargas, nas rodovias troncos e rodovias deacesso ao Mercosul, no período de um ano.

Osnovos postos terão sensores instalados no asfalto para verificação develocidade, câmeras com leitores de OCR (captura automática de placas)e detectores de altura, que servirão ainda para conter e classificar osveículos.

Todas as informações capturadas vãoformar um banco de dados do Dnit. Nos casos em que houver excesso depeso, será enviada uma multa on-line para a central do órgão e,posteriormente, para o motorista infrator. Caso os motoristas não façama parada obrigatória para pesagem dos veículos, câmeras instaladas narodovia poderão enviar multas por evasão.

“Anossa idéia é que quanto mais eletrônico for, e aí se utilizandocâmeras, sensores que podem identificar uma placa ligada a um cadastrode onde é veículo, tudo vai estar prontinho ali e a própria balança dopeso. Então, provavelmente você vai ter um operador só para verificarse a balança está operando certo”, explica o diretor-executivo do Dnit,José Henrique Sadock.

De acordocom o Dnit, algumas estatísticas demonstram que pelo menos 77% doscaminhões transportam cargas com excesso de peso por eixo. Por contadisso, o pavimento que estradas, que deveria durar pelo menos dez anos,tem sua vida útil diminuída para três anos. Rodovias em mau estado deconservação podem encarecer em até 30% o custo do transporte de cargas.

“Nós já temos conversado com ostransportadores e eles entendem o seguinte: por outro lado, vocêregularizando o transporte, vai sobrar mais carga para todo mundotransportar, todo mundo dentro da lei, com seu caminhão durando mais,sem problema nenhum, volta novamente ao equilíbrio de tudo”, explicaSadock.

Para a construção dos novospostos, o governo estima que irá gastar R$ 1,5 bilhão num período decinco anos. “Hoje, até em relatório do próprio TCU, o prejuízo que vocêtem só de excesso de carga é de R$ 1,5 bilhão por ano, e a gente estápretendendo gastar R$ 1,5 bilhão em cinco anos para manter esse plano”,explica Luiz Cláudio Varejão, coordenador geral de OperaçõesRodoviárias do DNIT.O custo envolve a realização de obras e aaquisição dos equipamentos eletrônicos. O governo lançará ainda esteano uma concorrência pública para escolher as empresas que vãoconstruir os postos.