Depoimento no Conselho de Ética permitirá explicar o que ninguém quis ouvir, afirma Suassuna

12/09/2006 - 10h52

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Ney Suassuna(PMDB-PB) começou a depor no Conselho de Ética do Senado, no processo deenvolvimento em esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursosprovenientes de emenda ao Orçamento. Ele se apresentou semadvogado, por considerar desnecessário, já que a causa é política. O senadortambém disse que esse é o momento de explicar diversas coisas que, segundo ele,“ninguém quis ouvir”. “Quero que seja aberto (o depoimento) para que tudo opaís veja minhas alegações”, afirmou.O senador da Paraíba foiacusado de ter recebido dinheiro da Planam, da conta de um assessor, paraapresentação de emendas destinadas à compra de ambulâncias. Suassuna é um dostrês senadores acusados de envolvimento no esquema. Além dele, estão sendo investigadosSerys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES). Na última semana, o conselhocomeçou a ouvir testemunhas sobre os casos. Na semana passada, opresidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas,deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse em depoimento no Conselho de Éticaque ouviu de Suassuna (PMDB-PB) que 90% dos parlamentares recebem uma “beirada”das emendas. Segundo Biscaia, a afirmaçãofoi feita quando o senador paraibano o procurou na sala da CPMI para ver oprocesso que corre contra ele. Ainda de acordo com o deputado,Suassuna disse que não estava envolvido no esquema, e que issoera "coisa" de seu ex-assessor, Marcelo Cardoso de Carvalho.