Países desenvolvidos impõem condições insustentáveis a produtores brasileiros, diz ministro

11/09/2006 - 19h57

Gabriella Noronha
da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto, disse hoje (11) que os países desenvolvidos "impõem" aos produtores brasileiros de algodão condições "insustentáveis" por meio de subsídios à produção e de barreiras na entrada de produtos agropecuários vindos de outros países. Incentivos concedidos pelos Estados Unidos aos produtores locais de algodão e a liberação do algodão transgênico no Brasil são alguns dos temas a serem discutidos na 65ª reunião Plenária do International Cotton Advisory Committee (Icac), que ocorre em Goiânia (GO) de hoje até sexta-feira (15).

Na última sexta-feira (1º), o governo norte-americano bloqueou, na Organização Mundial do Comércio (OMC), o pedido brasileiro para verificar se os Estados Unidos estão eliminando os subsídios ao produto. A contestação do Brasil se desenrola na OMC há cerca de dois anos. Os Estados Unidos cortaram parte do subsídio e alegam que tinham atendido a determinação da OMC. O Brasil refuta a afirmação.

Segundo Guedes, a situação deve ser revista, porque o problema com subsídios não é só brasileiro, e a produção de algodão é fundamental para vários países, como a África, por exemplo.

Atualmente, o Brasil é o sétimo produtor mundial de algodão. O ministro diz que, apesar da queda na produção da safra 2005/2006, a expectativa é que na safra 2006/2007 a situação se reverta, com o aumento da área plantada.

“É preciso continuar com políticas públicas de apoio ao setor, investir em pesquisa e, paralelamente, buscar não só quantidade, mas na qualidade na produção brasileira, defendeu o ministro, na abertura do encontro.

O Icac é o maior evento da cotonicultura mundial. A previsão é que pelo menos 400 especialistas estrangeiros participem da reunião. O Icac tem 42 países membros, dentre eles, o Brasil.