Especialistas propõem órgão internacional para padronizar qualidade na educação

06/09/2006 - 16h08

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Especialistasem Educação a Distância (EAD) defenderam hoje (6) a criação de um órgãointernacional para discutir e criar parâmetros globais de qualidade naeducação.

A proposta foi apresentadafoi apresentada por John Tiffin, da Universidade Victoria, da NovaZelândia durante uma plenária sobre programas e políticas nacionais einternacionais para a qualidade na EAD,  na 22ª ConferênciaMundial de Educação Aberta e a Distância.

Segundoo pesquisador, caberia ao órgão internacional definir o que significaqualidade em educação e os objetivos a serem atingidos com os processoseducacionais. Esse órgão seria também responsável pelo desenvolvimentode políticas claras de avaliação para mensurar se os objetivoseducacionais estão sendo alcançados pelos alunos, seja qual for a formade aprendizado – presencial ou a distância, acrescentou Tiffin.

Adefinição de quais seriam os padrões de qualidade em educação adistância e uma maneira de avaliá-los foram questões em destaquedurante os três dias de debates da conferência, aberta no últimodomingo (3) no Rio de Janeiro.

Aproposta de criação da instância normativa global de educação foiapoiada por vários participantes do encontro, inclusive Maria InêsBastos, coordenadora no Brasil da área de comunicação e informação daOrganização das Nações Unidas para  Educação, Ciência e Cultura(Unesco). “A Unesco está disposta a apoiar esse esforço internacional,e o Brasil poderia assumir a liderança na iniciativa”, afirmou MariaInês.

Henrik Hansson, da Universidadede Estocolmo, na Suécia, disse que esse órgão poderia contribuir para acriação de um portal internacional que reunisse todos os cursos adistância disponíveis no mundo e assim facilitar o acesso a eles. Hojeas informações estão dispersas na internet e é preciso consultar país apaís, ou mesmo individualmente, cada instituição para localizar umcurso de interesse.

Para o secretáriode Educação a Distância do Ministério da Educação, Ronaldo Mota, quefoi o mediador do debate, a cooperação internacional é fundamental naárea de educação, mas deve preservar os conceitos nacionais de cadapaís.

“O Brasil tem interesse emparticipar de todos os comitês internacionais que envolvem a definiçãode referências de qualidade. Nós estamos inseridos no mundoglobalizado, mas é uma inserção soberana. Cada país, não só o Brasil,deve tomar sempre suas decisões do ponto de vista do seu sistemaeducacional”, afirmou Ronaldo Mota.

Representantesde 79 países participaram da 22ª Conferência Mundial de Educação Abertae a Distância, que será encerrada nesta tarde. O encontro reuniu maisde 500 trabalhos científicos na área de Educação a Distância.A próxima conferência será realizada em junho de 2009 na Holanda.