Em 2005, remessas de migrantes a países de origem somaram US$ 232 bilhões

06/09/2006 - 17h02

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em 2005, os migrantes enviaram a seus países de origem cerca de US$ 232 bilhões. Desse total, US$ 167 bilhões foram para nações em desenvolvimento, estima o relatório Situação da População Mundial 2006. Divulgado hoje (6) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o estudo aponta que as remessas financeiras são consideravelmente maiores que os recursos destinados à assistência oficial para o desenvolvimento desses países.São, ainda, a segunda maior fonte de financiamento externo para os países em desenvolvimento, depois do investimento estrangeiro direto. O levantamento também aponta que, em geral, as mulheres tendem a enviar menos recursos que os homens, embora enviem uma proporção maior de seus ganhos.Atualmente, os migrantes correspondem a 191 milhões de pessoas, das quais quase a metade (94,5 milhões) são mulheres. Os fatores mais freqüentes para o aumento da migração feminina são reunião com familiares, casamento, desemprego, salários baixos, pobreza, oportunidades sociais e econômicas limitadas e refúgio.No caso das mulheres, as remessas para o país de origem ajudam a cobrir gastos com saúde, educação e alimentação da família. Os homens têm outras prioridades, como juntar dinheiro para comprar uma casa.Segundo a representante da UFNPA no Brasil, Tania Cooper Patriota, em países considerados pobres, as remessas enviadas por mulheres que trabalham no exterior têm um impacto grande. É o caso do Haiti, onde o envio de dinheiro do exterior é responsável por 25% do produto Interno Bruto (PIB) do país.O relatório também mostra que, no ano passado, a América Latina e o Caribe receberam quase U$ 45 milhões em recursos enviados por migrantes. Segundo o documento, 2,5 milhões de pessoas que vivem na região saíram da linha da pobreza em 2002 graças a essas remessas.