Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília - AComissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovouhoje (6) pedido para que o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio àsMicro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, seja convidado adepor na comissão. O requerimento foi feito pelos senadores do PSDBArthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissati (CE) para esclarecer ascontradições entre as declarações de Okamotto e do presidente LuizInácio Lula da Silva sobre o pagamento de uma dívida com o PT.Emdepoimento na Comissão Parmentar de Inquérito (CPI) dos Bingos,Okamotto afirmou que pagou uma dívida pessoal do presidente com o PT decerca de R$ 29 mil. O pagamento teria sido feito em quatro parcelas,entre dezembro de 2003 e fevereiro de 2004. Segundo o depoimento, Luladesconhecia a iniciativa do presidente do Sebrae. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, como candidato à reeleição, Lula disse que sabia da intenção de Okamotto. Porter assinado termo de compromisso de dizer a verdade ao depor, Okamottopode ser processado por perjúrio, se for confirmado que mentiu aosparlamentares. “Ficou claro que, ou o senhor Okamotto cometeu perjúrio,falso testemunho aqui na CPI, ou o presidente Lula mentiu na suaentrevista ao Jornal Nacional e, portanto, pela instituição, ele precisa vir aqui esclarecer se realmente cometeu perjúrio”, afirmou Jereissati.Orequerimento será para que Okamotto compareça à CCJ após as eleições deoutubro. “Precisamente para não dizerem que estamos tentando tumultuarou subverter o processo eleitoral em curso”, explicou Arthur Virgílio.Como é um convite, Okamotto pode não comparecer à CCJ. “Se ele nãovier, teremos que estudar outras formas de ouvi-lo”, disse Virgílio.Apenasos senadores petistas Ideli Salvatti (SC) e Eduardo Suplicy (SP) e osenador da base aliada Romero Jucá (PMDB-RR) votaram contra orequerimento.