Líderes fecham acordo para votar 20 MPs e liberar pauta da Câmara

04/09/2006 - 21h05

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília -   Os líderes partidários, reunidos há pouco com o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), fecharam acordo para votar todas as 20 medidas provisórias que estão trancando a pauta de votações da Casa. Aldo Rebelo disse que há grande chance de serem retomadas as votações do plenário, ainda hoje, embora haja problemas políticos em relação a algumas matérias. "Creio que andamos 90% para a desobstrução da pauta", disse o deputado, após reunir-se com os líderes. De acordo com Aldo, a maioria dos líderes é favorável à derrubada das duas primeiras matérias a serem votadas: MPs 293 e 294, que tratam da reforma sindical.Desde o início da tarde, centenas de sindicalistas estão nas dependências da Câmara trabalhando junto aos deputados para a rejeição das duas MPs, que também definem requisitos que as centrais sindicais sejam reconhecidas oficialmente como representantes dos trabalhadores. As galerias do plenário estão ocupadas pelos líderes sindicais, que passaram o dia trabalhando pela rejeição das medidas que, se não forem votadas, perdem a eficácia amanhã (5).Sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 349, que acaba com as votações secretas na Câmara e no Senado, Aldo Rebelo informou que os líderes concordam com sua aprovação, embora não haja consenso em relação a sua abrangência. Aldo é favorável ao fim do voto secreto na votação de processos disciplinares de cassação de mandatos de parlamentares. "Vamos trabalhar para um texto de consenso", disse ele.O líder do PT, Henrique Fontana (RS), destacou que é importante votar na noite de hoje todas as 20 MPs para amanhã votar a PEC que acaba com as votações secretas no Parlamento. "Nossa bancada quer votar todas as MPs hoje, de forma simbólica e sem destaques. Qualquer ajuste pode ser feito depois no Senado Federal", observou.Segundo Fontana, a retirada, pelo governo, da urgência dos cinco projetos que também trancam a pauta depende da votação das MPs. Ele ressaltou que a votação das MPs e a retirada das urgências dos projetos é importante também para que sejam votadas a PEC do fim do voto secreto e a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e para que se  conclua a votação do projeto que trata da Timemania.O líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), disse que seu partido espera que a pauta esteja liberada até quarta-feira (6) de manhã, para que os deputados possam votar a PEC que acaba com as votações secretas. Maia disse que o fim do voto secreto é fundamental para as deliberações no Congresso. "A instituição precisa dar uma resposta à sociedade antes das eleições, e eu vou trabalhar muito para isso. A votação dos processos contra os deputados, no caso do mensalão, demonstrou que o voto aberto é fundamental", afirmou o deputado.