Programa de recuperação do patrimônio histórico inclui 26 cidades tombadas

16/08/2006 - 11h39

Juliana Andrade
Enviada especial*
São Cristóvão (SE) - Criado há cinco anos, oprograma Monumenta, do Ministério da Cultura, tem sido um instrumentoestratégico para preservar e recuperar o patrimônio histórico brasileiro, semdeixar de lado o desenvolvimento econômico e social. A avaliação é docoordenador nacional do programa, Luiz Fernando de Almeida, que preside oInstituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministérioda Cultura.Atualmente, participam do Monumenta 26 cidadeshistóricas tombadas, ou seja, protegidas pelo Iphan e reconhecidas comopatrimônio histórico brasileiro. Elas estão distribuídas em 21 estados. Comisso, bens tombados e edificações localizadas nas áreas em que o projeto atuapodem ser recuperados e restaurados, para a manutenção de suas característicasoriginais."É muito comum as pessoas ainda identificaremo processo de preservação, o tombamento, como um processo de congelamento. Oprograma Monumenta enfrenta exatamente essa questão, dizendo que é possívelpreservar e desenvolver ao mesmo tempo", afirmou Almeida, em entrevista à NBr,a TV do governo federal.Segundo o presidente do Iphan, essas cidades foramselecionadas para participar do Monumenta em função da importância e do estadode conservação de seus bens. Além de recursos do governo federal, o programaconta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e coma contrapartida de estados e municípios que firmam convênios com a União. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência ea Cultura (Unesco) entra com apoio técnico-administrativo. Laranjeiras e São Cristóvão, em Sergipe; Cahoeira,na Bahia; e Ouro Preto e Mariana, em Minas Gerais, serão as próximas cidades ater monumentos históricos restaurados com recursos do programa.Outro ponto destacado pelo coordenador do Monumentaé que o Brasil foi um dos primeiros países em todo o mundo a estabelecer umapolítica de preservação do patrimônio, há cerca de 70 anos. "Ainstitucionalização dessa política que se deu através da criação do serviço depatrimônio histórico artístico nacional, que acontece exatamente pelaconscientização que houve na sociedade brasileira de que parte significativa doseu patrimônio estava sendo destruída", ressaltou Almeida, em entrevista àRádio Nacional AM.Para o presidente do Iphan, o tombamento também éimportante para a configuração da identidade brasileira e como fator deagregação social. "À medida que temos o nosso patrimônio recuperado,reconhecido, nos identificamos como brasileiros, como pertencentes a uma mesmacomunidade, a uma mesma sociedade, e isso fortalece nossos laços de agregaçãosocial".Almeida destacou ainda a necessidade de se criar uma"cultura de gestão do patrimônio nos municípios". "Parte doenfrentamento que o Programa Monumenta é tentar estabelecer um patamar degestão municipal, onde se estabeleça uma interlocução com o poder federal eesse trabalho seja mais compartilhado".