Gabriel Corrêa
Da Agência Brasil
São Paulo - A produção de frango destinada à exportação diminuiu de 29% para 26% do total nacional no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, em decorrência da queda da demanda internacional, afirmou hoje (16) o pesquisador do Centro de Pesquisa Agrícola (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) Thiago Carvalho. Ele explicou que os números são decorrentes, principalmente, do receio causado pela epidemia da gripe aviária (no exterior).Em julho, as exportações de carne de frango somaram quase 190 mil toneladas, 29% a menos que no mesmo mês do ano anterior. A receita cambial foi de US$ 212 milhões, 33,6% menor, na mesma comparação, segundo informou hoje, em São Paulo, a Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef). De acordo com Thiago Carvalho, a redução do mercado externo resulta em aumento de oferta interna, tanto para o frango vivo, quanto para o abate. "Aqueles 3% [que antes eram destinados à exportação] são absorvidos pelo mercado interno. A população encontra frango mais barato que em 2004, em 2005”, disse ele.Nos últimos dois anos, informou a Abef, os frangos industrializados têm tido destaque relativo maior que o restante das exportações dos outros tipos de frango. Nos últimos 12 meses, o Brasil exportou mais de 105 mil toneladas de frango industrializado, 66,17% a mais que nos 12 meses anteriores. Da mesma forma, o preço médio do frango industrializado se manteve estável, com um acréscimo de apenas 4,86% na comparação dos dois períodos. Apesar do crescimento na exportação, o produto industrializado ainda representa menos de 4% na total de frangos que vão para fora do país: 2,7 milhões de toneladas nos últimos doze meses.Para Carvalho, o investimento na produção desse tipo de frango possibilita o aumento geral das exportações do produto. “Ainda falta a questão da industrialização. Ela é de extrema importância: ao invés de mandar in natura, vamos industrializar aqui”, afirmou.Nas outras categorias, nos últimos 12 meses, o país exportou cerca de 1 milhão de toneladas de frangos inteiros (queda de 13,13%) e 1,64 milhão de toneladas de cortes (aumento de 0,8%). Já os preços dessas categorias no mercado externo cresceram 18,99% e 10,77%, respectivamente. Segundo a Abef, esse processo faz parte da tentativa de evitar excesso de produção, caso o mercado externo diminua ainda mais.