Nota do MST afirma que denúncia de trabalho infantil não corresponde à realidade

14/08/2006 - 0h00

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Em nota oficial, o MSTafirmou que a denúncia feita pela imprensa de trabalho infantil nosassentamentos de Bituruna não corresponde à realidade e apresenta entrevistascom pessoas identificadas incorretamente como integrantes do movimento.“Depoimento em reportagem não é de assentada, nem de integrante do MST” diz anota.A nota informa que,diferentemente do que vem afirmando a imprensa os 417 trabalhadores dos seteassentamentos do município de Bituruna, vivem da agricultura familiar, etrabalham com manejo sustentável da mata, erva-mate, feijão, milho e produçãode auto-consumo.A produção de carvão é umafonte de renda complementar das famílias, uma vez que parte das terras não éapropriada para a agricultura - problema inerente a muitos outros assentamentosde reforma agrária no país, que padecem da falta de infra-estrutura e subsídiosagrícolas”, revela o MST.Segundo o movimento, fazparte da cultura camponesa os pais levarem os filhos para a roça, no períodoque não estão na escola, para não deixá-los sozinhos em casa. “As crianças dosassentamentos de Bituruna estudam, apesar de os filhos de assentadosenfrentarem grandes dificuldades para ter acesso à educação”.OMST alega que as crianças precisam se deslocar até a cidade, que fica distantede suas casas, “já que as escolas que funcionavam dentro dos assentamentosforam fechadas pelos prefeitos de Bituruna, Reni Ransolin e Lauro Augustini. Sóexistem duas escolas, de ensino fundamental, no assentamento Santa Barbara eRondon 3. Até hoje os trabalhadores reivindicam escolas nos outros locais, masa prefeitura ainda não resolveu o problema”.